Jacinto Santos e o MpD
Num post recente na sua página do Facebook, em tom de ‘declaração de interesse’, Jacinto Santos anunciou que iria responder positivamente a um pedido de “colaboração” do MpD “naquilo que julgar competente e, particularmente na desconstrução da narrativa que há 30 anos vem diabolizar a década de 90 e o 13 de Janeiro de 1991. A década que permitiu o advento da II República e restituiu aos cabo-verdianos a Liberdade”.
Um dos fundadores do MpD, em 1990, Jacinto Santos protagonizou a segunda dissidência nesse partido, ao criar nos finais dos anos noventa o Partido da Renovação Democrática, PRD.
Na altura Santos era presidente da Câmara Municipal da Praia, posicionando-se contra a corrente que acabaria por conduzir o então vice-primeiro-ministro Gualberto do Rosário à liderança do MpD, sucedendo Carlos Veiga.
Não tendo conseguido eleger nenhum deputado nas eleições legislativas de 2001, pouco a pouco, vários dos elementos do PRD foram regressando ao MpD, alguns sem dar muito nas vistas. Um dos casos mais notórios foi do ex-ministro da Educação, José Luís Livramento, actualmente embaixador nos EUA.
Hélio Sanches, actual deputado do MpD por Santiago Norte, e candidato às próximas eleições presidenciais, chegou a protagonizar uma candidatura à Câmara Municipal de Santa Catarina, pelo PRD, sem sucesso.
No caso de Jacinto Santos, este regressou ao mundo da “economia solidária”, sendo actualmente presidente da Plataforma das ONG’S.
A sua colaboração com o MpD, ao que consta, começou aquando da primeira candidatura de Ulisses Correia e Silva à Câmara Municipal da Praia, em 2014, contra Felisberto Vieira (PAICV). Apesar disso, só agora, em 2021, decidiu “assumir” essa colaboração, o que já é visto como parte do seu regresso ao MpD.