Outros pontos de vista…
Na perspectiva de um dos moradores do bairro de Calabaceira, a poluição sonora precisa ser levada mais a sério, uma vez que, além do incómodo, há também questões de saúde pública e individual.
“Este problema merece uma atenção especial por parte das autoridades, nomeadamente a Polícia Nacional, no sentido de uma maior fiscalização, mas também da Câmara Municipal, já que a poluição sonora faz parte do código municipal, e ainda da Delegacia de Saúde, dado que as consequências para a saúde pública são reais”, diz Orlando Borja.
Para este analista social, as denúncias são poucas, dado que existe nos bairros uma certa cumplicidade entre os moradores para protegerem a si mesmos. “Os bairros, da forma como foram ou estão constituídos, criam um laço forte de confiança e cumplicidade, ninguém denuncia ninguém, uma forma de se auto protegerem, mesmo quando há partes da comunidade que são afectadas por comportamentos menos próprios”.
Borja diz ainda que a família e a escola têm um papel fundamental no combate a esta questão do barulho e por vezes falta de urbanidade. Isto porque, como se sabe, a maior agitação nos bairros é causada pelos mais jovens que preferem conviver durante a noite.
“Quando uma criança aprende sobre os valores e o bom senso em casa e na escola, vai entender o sentido de respeitar o outro, de não perturbar quem precisa descansar para viver e até ganhar a vida. Jovem, precisa aprender a respeitar os princípios da sua comunidade, para quando adulto repassar os mesmos valores aos seus filhos. Assim se melhora a geração e a comunidade”, conclui. RM