Associações comunitárias capacitadas para transformar produção de plantas em actividade geradora de rendimento
Mais de duas dezenas de membros de quatro associações comunitárias no interior de Santiago estão a passar por uma formação em produção de plantas florestais, agroflorestais e endémicas e gestão de viveiros. A formação integra o projecto Reforço da Capacitação e Resiliência do Sector Florestal em Cabo Verde (REFLOR-CV).
No total são 22 membros das associações comunitárias de Figueira das Naus e Entre Picos de Reda (Santa Catarina) e de Faveta e Achada Leitão (São Salvador do Mundo) que participam na formação. Esta começou na segunda-feira, 15, e vai até sabádo, 20, no centro da extensão de Rural na Achada Falcão, Santa Catarina.
A formadora Helena Delgado assegura que a referida acção visa capacitar os participantes de modo a fazerem da produção de plantas em viveiro uma actividade geradora de rendimento. “Vamos dotar os formandos de conhecimentos teóricos e práticos e técnicas de produção desde a identificação, a colheita e o tratamento das sementes e mais também para saberem escolher as plantas mais adaptáveis a cada uma das localidades ou regiões agro-ecológicas. O trabalho vai ser feito sobretudo com as plantas endémicas e indígenas de Cabo Verde”, explica a engenheira.
Segundo Delgado, durante a formação também vai ser trabalhada a questão da planificação e gestão das actividades do viveiro, uma vez que muitos dos formandos já fazem esse trabalho de forma empírica.
“Vamos aproveitar os conhecimentos práticos, empíricos que eles já têm e transmitir-lhes alguns conhecimentos técnico-científicos. Desta forma vamos levá-los também a aprimorar o trabalho que já vêm realizando por forma a obter no fim um produto com melhor qualidade e sustentável”.
Importa referir que o REFLOR-CV é um projecto do Ministério da Agricultura e Ambiente, co-financiado pela União Europeia e a FAO (Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura).
Os grupos-alvo são mulheres, homens e jovens proprietários e agricultores das zonas rurais que vão beneficiar da transferência de conhecimento e tecnologia sobre o estabelecimento e gestão das florestas plantadas. O projecto está a ser implementado em Santiago, Fogo e Boa Vista e pretende –se intervir na reflorestação de mais de 800 mil hectares nas três ilhas.