Quem é Ngozi Okonjo-Iweala
Ngozi Okonjo-Iweala, 66 anos, é filha de um rei dos vários reinos que existem na Nigéria. É no fundo uma sobrevivente, em primeiro lugar, no seu próprio país, tido como um dos mais corruptos de África. Por duas vezes foi ministra das Finanças, deixando fama de aguerrida e reformista convicta.
Um dos acontecimentos que marcou a vida de Okonjo-Iweala foi quando viu a mãe a ser sequestrada, numa tentativa de intimidá-la, na sua luta contra a corrupção na indústria petrolífera nigeriana, corrupta e nada amiga do ambiente. Longe de se intimidar, e apesar das ameaças de morte que chegou também a receber, por telefone, escreveu no seu livro “Reforming the unreformable”: “Se eu for considerada um problema para o sistema por causa do meu desejo de limpar as nossas finanças públicas e trabalhar por uma vida melhor para os nigerianos, que assim seja”.
No Banco Mundial, onde trabalhou 25 anos, Okonjo-Iweala ascendeu à segunda posição, daí a BBC acreditar que a nova directora da OMC não deverá ter especiais problemas em lidar com negociadores de comércio internacional, neste momento em refluxo.
Antes de concorrer à liderança da OMC Ngonzi Okonjo-Iweala foi a primeira mulher a dirigir os Ministérios das Finanças e dos Negócios Estrangeiros da Nigéria, foi directora de Operações do Banco Mundial e, recentemente, liderou um programa da Organização Mundial da Saúde (OMS) para combater a Covid-19.
Ngozi Okonjo-Iweala conseguiu superar as dificuldades do seu país natal na época e fazer a sua formação em Economia nas consagradas universidades americanas de Harvard e do Massachussets Institute of Techonology (MIT). Ela superou também o machismo marcante na Nigéria e em várias organizações internacionais por onde teve que passar, até se afirmar com uma personalidade reconhecida a nível mundial pela sua capacidade técnica e valor pessoal.