“Guerra fria” entre pilotos e administração
Vive-se um clima de “guerra fria” entre a esmagadora maioria dos pilotos da TACV/CVA e a administração da companhia. Na base disso está o facto de alegadamente se terem escolhido pilotos mais recentes na companhia e com poucas horas de voo no boeing 757 para renovarem a licença para a eventual retoma das operações, em detrimento dos pilotos experientes.
Na semana em que o Governo procura injectar gás na TACV/CVA, com o anúncio de mais um avale (440 mil contos) e mais uma retomada das operações, está instalado um clima tenso e de revolta, nas palavras de uma das nossas fontes, uma “guerra fria”, entre a esmagadora maioria dos 44 pilotos e a administração da empresa.
A NAÇÃO sabe que 30 pilotos reuniram-se esta terça-feira, 3, para debaterem a situação da companhia e dos seus postos de trabalho, e concertar formas de luta e de fazerem valer os seus direitos, face ao que repudiam ser a falta de ética da administração da companhia.
Ainda de acordo com o apurado por este jornal, em causa está o facto de se terem escolhido pilotos mais recentes na companhia, supostamente “em troca de favores e amizades” da administração, e com poucas horas de voo no boeing 757, para renovarem a licença para a eventual retoma das operações, em detrimento “dos pilotos experientes”, a pilotar boeing há mais de 30 anos.
“A empresa seleccionou quatro pilotos para requalificar (renovar a licença), sendo que dois deles vieram da Binter (TICV) e só estão há um ano e pouco na empresa…”, denuncia um dos pilotos ouvidos por este semanário.
No dizer desta fonte, tratou-se de uma “selecção feita na base da amizade”, o que acabou por atingir os pilotos mais antigos com mais de 30 anos de casa.
A essas queixas de “injustiça” e “falta de ética”, por parte da companhia, acrescem outras questões.
Os pilotos já se reuniram, no passado 25 de Fevereiro, com a AAC (Agência de Aeronáutica Civil), para questionar o porquê dessa entidade aceitar que um dos pilotos que veio da Binter (TICV) passe para o DOP (Director de Operações), quando, como esclarece o nosso interlocutor, não tem experiência para tal.
Conforme a mesma fonte, no encontro, a AAC garantiu que não estava nada decidido quanto a essa nomeação, e que ainda estavam a analisar o perfil e o processo do piloto em questão.