Crise com “rosto de mulher”
Dados do Instituto Nacional de Previdência Social (INPS) indicam que 1096 mulheres beneficiaram de subsídio de desemprego, contra 851 homens no período de Abril a Dezembro de 2020.
São dados que, segundo o Instituto Cabo-Verdiano para a Igualdade e Equidade de Género (ICIEG), provam que a mulher dá “cara à pobreza”, sendo que a maioria está no sector informal e em áreas de alta vulnerabilidade.
Rosana Almeida, presidente do ICIEG, diz entretanto que a instituição tem estado em “permanente articulação” com as autoridades nacionais no sentido de alertar para uma resposta à Covid que leve em conta as questões de género.
Entre outras medidas propõe às entidades competentes que diminuam os impostos para as mulheres vulneráveis, com dificuldades de renda, isenção de taxa de inscrição no INPS para mães solteiras, mulheres no setor informal e empregadas domésticas.
Até porque, segundo o secretário-geral da ONU, António Guterres, a crise da covid-19 é uma crise “com rosto de mulher” e que tem acentuado desigualdades enfrentadas por mulheres “apagando progressos” rumo à igualdade de género.
Para este líder mundial, a recuperação da pandemia é a chance de traçar um “novo e igualitário” caminho. Guterres pede que se estimulem, especialmente mulheres e meninas na retoma económica, através do aumento do investimento nas infraestruturas de cuidado.
O representante da ONU defende que se não se levar em conta as questões de género, “não haverá uma resposta acertada” à recuperação económica.
É neste sentido que mulheres, entidades e associações de promoção à igualdade de género têm chamado atenção, cada vez mais, para a inclusão no Plano Nacional de Resposta e Recuperação da Economia de mulheres das diversas áreas, sem esquecer as trabalhadoras informais e domésticas. RL