Mariana Ramos perto dos 20 anos de carreira
Mariana Ramos está perto de alcançar os seus 20 anos de carreira, entre morna, rock, música francesa, brasileira e jazz.
Num mundo de diversidades, entre os géneros que experimentou, a morna acabou por prevalecer, sendo hoje o género que a acompanha nos grandes palcos da Europa e não só.
Filha de Toi Ramos (Voz de Cabo Verde e Les Flammes), amiga de Teófilo Chantre de quem já gravou várias composições, Mariana Ramos compromete-se a manter viva a chama da morna, inspirando-se no exemplo de Cesária Évora, o nome que mais projectou no mundo esse género musical cabo-verdiano.
Fora de Cabo Verde, Mariana construiu uma carreira sólida
Quase a completar os seus vinte anos de carreira, Marina Ramos, cantora cabo-verdiana residente em França, relembra os grandes palcos e actuações pelo mundo e conta a forma como a pandemia atingiu-a. De olhos postos num futuro “sem a covid-19”, diz ter novos trabalhos em andamento e projecta uma viagem a Cabo Verde entre Setembro e Outubro deste ano para brindar com os fãs.
com concertos realizados pela Europa e países como Senegal, Argélia, Angola, Costa do Marfim, Tunísia, Israel, entre outros.
O infortúnio da pandemia
Tendo em conta o novo contexto mundial, a entrevistada do A NAÇÃO diz que não foi diferente para ela o prejuízo que a pandemia da covid-19 trouxe para o mundo artístico.
“Como todos os artistas e músicos, também tive os meus prejuízos tendo em conta que a pandemia foi uma interrupção súbita das nossas actividades artísticas sem possibilidade de actuar em palco com público e sem nenhuma remuneração”, conta.
Diante das dificuldades, Mariana Ramos diz que teve de improvisar e adaptar-se a outras maneiras de se comunicar, por exemplo através das redes sociais, ainda por cima, numa altura em que tinha acabado de lançar o seu mais novo trabalho, “Morna”, um mês antes do confinamento.
“O meu staff teve de lançar o álbum duas vezes nas plataformas digitais”, lembra a cantora, realçando o sucesso que fez em 2020.
Grandes eventos e concertos
“Tive oportunidade de participar em grandes eventos como o
Festival das Mulheres ‘No Es No’ com a actriz e cantora Itziar Ituno que interpretou Raquel Morillo na série espanhola La Casa de Papel. Estive também numa homenagem para o amigo e saudoso Manu Dibango no TV5Monde, fiz concerto no Théâtre de la Ville, e participei no festival ‘Au fil des voix’ em Paris”.
Apesar do infortúnio da covid-19, Mariana Ramos diz que o seu novo álbum “Morna” teve boa aceitação, sobretudo, no meio dos profissionais e o ‘lançamento’ nos media, nomeadamente no “Télérama” e no jornal “Le Monde”.
“Antes disso, fiz três lançamentos com salas cheias em Paris com os meus músicos de Roterdão, Toy Vieira, director artístico do álbum, e Paulo Bouwman, guitarrista. Desde então, não tive
Romice Monteiro
oportunidade de tocar em França com eles”, lamenta a cantora para quem a morna tem sido muito valorizada na França.
“Cabe agora, darmos continuidade ao sucesso da Cesária Évora. Temos o dever de continuar a divulgação e promoção daquilo que é nosso, que é da nossa cultura”.
Retoma e regresso
Voltar aos palcos e poder apresentar mais vezes “Morna”, ao público, seria de uma grande satisfação para Mariana, sobretudo para poder desfrutar da “Morna Património Cultural Imaterial da Humanidade”. Com esta mesma esperança, a cantora espera poder levar o novo álbum a outros lugares, além da França, trazendo-o a Cabo Verde.
“Tinha planeado concertos à volta das ilhas mas ficaram suspensas por causa do novo contexto. Com certeza que vou apresentar o meu novo trabalho e festejar os 20 anos de carreira com os meus fãs em Cabo Verde. Talvez em Setembro ou Outubro de 2021, se Deus quiser”, diz.
Ainda sobre o futuro, de preferência sem a covid-19, Mariana Ramos diz que está a trabalhar num novo álbum, diferente de tudo o que já fez.
“Pretendo lançar um álbum sinfónico com uma orquestra composta por 45 músicos, que incluirá 15 temas do meu repertório. O álbum já esta gravado. Estou preparando um videoclipe”, adianta a artista sem dar mais detalhes para não estragar a surpresa.