Empurrados para fora
Na primeira fase do lay-off, parte considerável dos trabalhadores na ilha do Sal foi protegida por esse mecanismo ou subsídio de desemprego, o que contribui para conter os problemas sociais em Santa Maria e Espargos.
Mas, com o andar do tempo, o contingente de trabalhadores com cobertura do mecanismo do lay-off simplificado diminuiu, o que explica as acrescidas dificuldades para as famílias.
Por seu lado, as empresas começaram a demonstrar problemas de tesouraria para cumprir com a sua parte. Além dos problemas financeiros que advém do facto de as empresas não facturarem ou facturarem muito pouco, há outras questões que atrapalham.
“A condicionante da prova de 70% das perdas em receitas, sabendo que, normalmente, o inverno, sobretudo o primeiro trimestre, representa entre 35 a 40% dos proveitos, está a empurrar muita gente para fora do lay-off simplificado”, aponta o secretário geral da Câmara de Turismo, entidade que faz o monitoramento da crise na ilha do Sal.
O certo é que a crise impacta, de forma gravosa, famílias e empresas e se não houver outra modalidade de manter parte do rendimento das pessoas as possibilidades de um colapso são reais.
Há gente que já mal consegue fazer as refeições básicas, os carros de aluguer estão parados, os restaurantes, quando abertos, atendem a menos de 10 por cento em relação a outros tempos, alguns hotéis mantêm-se abertos mas com taxas de ocupação que nem dão para cobrir as despesas mínimas de funcionamento.
A gestora do Ouril Hotel Pontão, Vânia Lopes, disso dá sinal ao dizer que já nem fazem reservas e só esperam alguma retomada em finais de setembro. Funcionam a 10% do seu potencial.
A NAÇÃO tentou saber do Ministério do Turismo, através do Instituto do Turismo, qual era o panorama que se desenhava. Aguardamos o prometido retorno durante duas semanas, mas tal não se efectivou até ao fecho desta edição.