“Uma mulher sem filtros”
Ana Maria “Any” Delgado, nasceu em casa dos pais, em Bela Vista (na Sóncent!), em Cabo Verde, pelas māos da sua avó materna.
Filha de Faustino Delgado e Emídia Maria Fonseca, é a última de cinco filhos. “Segundo o meu pai, quatro problemas e uma solução. Ou seja: quatro raparigas e um rapaz. Os meus pais estavam desesperados por terem só filhos feios...nasci e já nāo quiseram ter mais (os meus irmãos recusam a querer ter essa conversa, enfim...)”, conta “Any” Delgado, meio a brincar.
É da praxe que, às senhoras não se perguntam idades, mas “Any” faz questão de “brandir” que tem “49 anos e nove meses”, que, nāo possui licenciatura universitária, mas que, “pode ser que, aos 50, seja de vez”.
Entrou no Mundo da Música de Cabo
Verde, em 2011, quando trabalhou numa “label” angolana, a LS Music, “onde subi, por mérito, até à Direcção-Executiva”.
“Orgulhosamente māe de qutro filhos lindos”, nos seus tempos livres, lê, escrevo, ouve “muita música e todos os géneros possíveis”.
Adora “perder” numa boa conversa, “daquelas que nunca falta assunto”, mas fala a sério, a brincar, mas nāo brinca com coisas sérias. “Sou rápida nas piadas!”, admite, realçando que desgosta-lhe fazer perder o tempo dos outros, pelo que respeita para ser respeitada.
“Trato a todos da mesma forma. Sou cordial e, naturalmente, simpática. Mas, o reverso em mim, o meu lado lunar, é gélido, áspero e seco. Há quem diga que tenho mau feitio...’but whatever!’”, remarca, garantindo que é “uma mulher sem filtros...100% honesta”.
“Sou uma sportinguista ferrenha!” Gosta de Futebol, “sou sportinguista ferrenha”.
Detesta novelas, pois, irritam-na, solenemente.
“A minha prioridade na vida sāo os meus filhos e a minha restante Família. Nāo há nada acima deles ou que nāo faça por eles”, revela.
É cabo-verdiana de gema, orgulha-se da herança que traz no sangue, mas... Portugal vive no seu coração.
E justifica: “Cresci em Lisboa, desde que tinha 18 meses. Tenho o sotaque e hábitos de lisboeta, típica ‘alfacinha’. O bom da Emigração e da Integração é isto: o amor por duas bandeiras: a Pátria-Māe e a de Acolhimento”, garantindo que não “é de vaidades, nāo gosto de tirar fotografias e nāo gosto de holofotes”.
“Any” acredita na Lei do Retorno, pelo que, tento sempre ser positiva e praticar o bem. “Faço tudo na vida com paixāo. Só assim faz sentido. Sou perfeccionista. Sou segura de mim. Sei o que quero, e, principalmente, o que nāo quero. Sou casmurra...nāo sei se é um defeito ou qualidade. Vou atrás dos meus objectivos, e, mesmo que caia seis vezes, à sétima levanto-me, enxugo as lágrimas, levanto a cabeça e vou à luta”, auto-define-se, por entre sorrisos.
Mas não fica por aí: “Nāo espero nada dos outros. Confio nas minhas capacidades de conquistar o meu lugar ao sol. Sou de elogiar e criticar no privado. Nāo gosto de gente ‘armada’. Que acham que o dinheiro, ‘status’ ou poder dá-lhes o direito de humilhar a outrém. Nāo sou de bajulação”, concluindo com essa tirada lapidar: “Un podê atê ser basofa, ma un ta podê que nha basofaria”. AS