Câmara Municipal conta com a diáspora para desenvolver o município
A Câmara Municipal de São Domingos (CMSD) passa a ter um Gabinete de Assistência ao Emigrante (GAE). O objectivo é garantir uma maior participação da diáspora no desenvolvimento de São Domingos através do estreitamento das relações entre o executivo liderado pelo edil Isaías Varela e os emigrantes que se queixam de inúmeros constrangimentos mesmo quando pretendem investir as suas poupanças no torrão natal.
Após anos no estrangeiro, não são poucos os emigrantes que, no regresso ou nos seus contactos com as estruturas do poder local, se deparam com as mais variadas dificuldades para resolver certos problemas que encontram.
Os constrangimentos surgem mesmo quando pretendem investir as suas poupanças no torrão natal.
Ana Maria Semedo é disso um exemplo. Há 32 anos fora do país, com idas e vindas regulares, diz que continua a enfrentar os mesmos obstáculos de sempre.
“Ignoram-nos, não há por nós nem respeito nem consideração. Quando precisamos perguntar algo nunca sabemos a quem nos devemos diri
gir, isto quando não nos mandam para outra pessoa e esta, por sua vez, não sabe dar-nos a resposta e no fim continuamos com o nosso problema por resolver. É desanimador”.
Expectativas
A inauguração no passado dia 7 deste mês do Gabinete de Assistência ao Emigrante, pela Câmara Municipal de São Domingos, no quadro da Semana do Emigrante desse concelho, visa precisamente ajudar a resolver os problemas como os apontados por Ana Maria Semedo, daí, como diz, a sua expectitiva de que a situação venha a melhorar, particularmente, no atendimento dos serviços prestados pela CMSD.
Salvador Lopes é um outro emigrante filho de São Domingos, no seu caso, emigrado há 25 anos no Luxemburgo.
“É importante que haja, em São Domingos, um serviço que informe o emigrante dos passos que precisa dar, nomeadamente, em assuntos práticos, do dia a dia, assim como quando pretendemos investir na nossa terra. Mas é também importante que haja apoios da Câmara, principalmente, nas áreas de investimentos uma vez quequem aqui está conhece melhor a terra, pode por isso nos aconselhar e acompanhar. O apoio da Câmara é importante”, realça Salvador Lopes.
GAE como pontapé de saída
O Gabinete de Assistência ao Emigrante, nas palavras do presidente Isaías Varela, constitui o pontapé de saída no processo de aproximação da autarquia aos seus emigrantes.
“O Gabinete vai servir para informar e orientar e, também, facilitar o acesso, não só a serviços que a Câmara Municipal presta, mas também a outras instituições. Muitas vezes, o que emigrante precisa é de orientações, informações e pessoas para o ajudar, então nós queremos ser um parceiro e um suporte”, informa o edil.
Varela entende que os emigrantes, em parceria com a CMSD, têm um papel fundamental para explorar as potencialidades do município. E isto, como diz, passa não só pela criação de condições para a diáspora investir no município, mas também de acções que os próprios emigrantes podem fazer nos países de acolhimento.
“Estando em países diferentes, com outras realidades e outras visões, os nossos emigrantes têm a possibilidade de investir ou fazer com que as pessoas investam no concelho. A estratégia é criar ‘embaixadores’ nos países da nossa emigração, para ajudar na mobilização de recursos e promover conselho e mobilizar investidores”, explica o autarca.