Mário Semedo desagradado com Frederic Mbassa, Presidente do IDJ
O presidente da Federação Cabo-verdiana de Futebol (FCF), Mário Semedo, mostrou-se desagradado com o Presidente do Instituto do Desporto e Juventude (IDJ), Frederic Mbassa, que afirma nunca ter recebido um relatório detalhado a explicar a interdição do Estádio Nacional. Mário Semedo insiste que o IDJ, organismo gestor do Estádio Nacional, está na posse do referido relatório desde Agosto passado.
OEstádio Nacional, na cidade da Praia, está impedido pela Federação Internacional de Futebol (FIFA) e pela Confederação Africana de Futebol (CAF) de receber jogos internacionais. O principal ponto dessa decisão prende-se com o estado do relvado sintético do recinto.
Na passada sexta-feira (17), o presidente da FCF, Mário Semedo, que falava à RCV, adiantou que um dossier em conformidade com as normas da FIFA já teria sido enviado ao Instituto do Desporto e Juventude (IDJ), a entidade que gere o Estádio Nacional.
IDJ alega não ter recebido “relatório detalhado”
Porém, nesta segunda-feira (20), o presidente do IDJ, Frederic Mbassa, também em declarações à rádio pública, disse que tem conhecimento da situação, mas de forma superficial, pois nunca recebeu um relatório detalhado a explicar a interdição do estádio.
“A Federação informou-nos que serão necessárias algumas alterações para que [o estádio] seja novamente licenciado pela FIFA. Se lembrar-nos, em Março deste ano houve jogo da selecção no Estádio Nacional”.
E acrescentou: “Nós comunicámos à FCF que estamos dispostos a fazer os investimentos necessários para que o estádio possa ser licenciado, mas também é necessário que tenhamos todas as informações. Queremos um relatório exaustivo dos técnicos especialistas da FIFA e da CAF e tenhamos acesso a este relatório”.
Segundo Frederic Mbassa, o documento da FIFA e da CAF é de suma importância até mesmo para se esclarecer informações discrepantes, pois a empresa que faz a manutenção do Estádio Nacional garante que o relvado está em boas condições.
“Para mudarmos algo no estádio temos que ter informações a dizer o que tem de ser mudado e como tem de ser mudado. Se bola rola com facilidade, em que velocidade deve rolar, a altimetria [tamanho] da relva, os inertes que deve conter, o tipo de borracha e de irrigação. Temos que ter essas informações, coisas que não temos até hoje”, sustentou o presidente do IDJ.
Falta de comunicação entre a FCF e o IDJ
Na passada sexta-feira, a FCF garantiu estar “sempre pronta, no que for possível” para também colaborar com o IDJ na resolução do problema. Ainda assim, segundo o presidente do IDJ, falta maior articulação entre as duas entidades, para a resolução do caso.
“Se calhar falta sentarmos como deve ser e falarmos sobre tudo isto. Nós já dissemos, várias vezes, que estamos disponíveis para que um técnico especialista venha ao Estádio nacional, produza um relatório exaustivo e comunique ao IDJ e ao Governo sobre o que se terá de fazer para que o recinto seja licenciado pela FIFA. Até hoje não recebemos isso”, afirmou Frederic Mbassa.
FCF insiste que relatório foi entregue ao IDJ
Já na terça-feira (21), o presidente da FCF, Mário Semedo, em declarações à RCV, mostrou-se desagradado com o IDJ e insistiu que o organismo gestor do Estádio Nacional está na posse do referido relatório desde Agosto passado.
“A FIFA não suspendeu apenas aqui em Cabo Verde, mas também em outros países africanos. No mês de Agosto, se não me engano no dia 16, enviámos o relatório que a inspeção fez ao Estádio Nacional, portanto, o IDJ tem esse relatório”. “Estamos em condições de o provar a qualquer momento e documentalmente que eles receberem o documento. Não sei o que se pede mais e o que se pretende dizer com relatório exaustivo”, sentenciou Mário Semedo.
O Estádio Nacional foi inaugurado em agosto de 2014 fruto da relação de cooperação entre os governos de Cabo Verde e da República Popular da China, sendo que, ao abrigo de um acordo entre os dois Estados, a manutenção da infraestrutura desportiva é garantida permanentemente por uma empresa chinesa.