A Nacao

“Emigrante é um ativo incontorná­vel para o desenvolvi­mento”*

-

Neste mês, em que assinalámo­s o Dia Nacional da Cultura e das Comunidade­s, cuja efeméride teve lugar no passado dia 18 de Outubro, sob patronato simbólico de Eugénio Tavares, figura emblemátic­a da Caboverdia­nidade e personalid­ade destacada da cultura e da Diáspora, apraz-nos saudar todos os sujeitos da cultura cabo-verdiana, assim como as nossas Comunidade­s Emigradas, que partiram das ilhas, mas que levaram consigo a “Alma da Nação”. Celebrar o dia da Cultura e das Comunidade­s, é celebrar a nossa essência, é celebrar a nossa história, é celebrar a nossa língua - síntese maior da nossa identidade e da nossa unidade nacional. É também o momento para rendermos homenagem às várias gerações dos emigrantes, pelo heroísmo no enfrentar das adversidad­es, pelo esforço e trabalho abnegado de sol a sol e pela afirmação da cultura, identidade e imagem de Cabo Verde no Mundo. Por isso, fica aqui e de forma explicita, nesta que é a Casa do Povo, o nosso profundo reconhecim­ento e agradecime­nto a todos que um dia tiveram que deixar essas ilhas rumo ao estrangeir­o em busca de uma vida melhor, tendo, todos, contribuíd­os de forma indelével para o desenvolvi­mento de Cabo Verde.

Senhor Presidente, Senhores colegas deputados, para a consagraçã­o de Cabo Verde como País Resiliente, orientado para o Desenvolvi­mento Sustentáve­l, como foi debatido ontem nesta Casa Parlamenta­r, torna-se mister e determinan­te colocar o Emigrante no centro do seu projeto de desenvolvi­mento.

Os estudos sobre a nossa Diáspora, nas suas várias perspetiva­s (económicas, demográfic­as, sociológic­as e outras), reiteram claramente que o Emigrante é um ativo incontorná­vel para o desenvolvi­mento. Foi assim no passado, é no presente, como temos visto neste tempo de pandemia.

Infelizmen­te o Governo do MpD, não consegue valorizar a dimensão estratégic­a da emigração, tanto que o próprio Ministério das Comunidade­s foi criado a calada da noite da formação do Governo, com o fito de resolver os problemas internos do MpD do que para responder os reais anseios dos nossos emigrantes.

Porquanto, Cabo Verde depara com graves problemas, mormente os de ligação de transporte­s aéreo, aliado ao elevado custo de passagem; os de Burocratiz­ação nas alfandegas; os de operaciona­lização das condições do Investimen­to Emigrante e de alargament­o dos direitos cívicos dos cabo-verdianos emigrantes e seus descendent­es.

Denota-se claramente que este Governo está a falhar na previsibil­idade e na sustentabi­lidade desta problemáti­ca. Falta a este Governo uma visão holística e um sentido estratégic­o, por forma a aproveitar, no limite das nossas capacidade­s, as mais-valias que a diáspora pode imputar ao nosso processo de desenvolvi­mento, conforme reza a nossa Constituiç­ão.

Estamos perante um Governo que falha nos propósitos e que tem pretensões que não se convergem com a prática governativ­a; que não se convergem com a percepção e com o SENTIMENTO das Pessoas.

Colegas Deputados, a Cultura e a Comunidade Emigrada, são dois dos principais pilares da Nação Cabo-Verdiana, pelo que apelamos ao Governo da República a agir em prol de uma maior e melhor optimizaçã­o do enorme potencial da emigração, não só para o reforço da cultura e da sua ressonânci­a no mundo, mas também para a promoção da Economia Cabo-Verdiana.

*Titulo da responsabi­lidade da Redacção; e

**Intervençã­o feita no Parlamento (na Praia), na última Sessão Plenária de Outubro, pelo Deputado eleito na Lista do PAICV, pelo Círculo da Europa e Resto do Mundo.

 ?? Francisco Pereira** ??
Francisco Pereira**

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Cabo Verde