MpD há 17 anos sem disputa de liderança
A última Convenção Nacional do MpD, em que houve disputa interna, foi realizada em 2004. Nessa altura, Agostinho Lopes saiu vencedor sobre Jorge Santos e Ulisses Correia e Silva. Depois os líderes que se seguiram foram Jorge Santos, Carlos Veiga e Ulisses Correia e Silva, que concorreram sozinhos à presidência do partido, num contexto em que o MpD procurava a sua pacificação interna.
O facto de não ter havido disputa para a liderança do MpD, há 17 anos, tem sido, no entender de Orlando Dias, neste momento em rota de colisão com UCS, um factor limitador da democracia interna no partido.
E é para evitar o marasmo instalado que Dias diz defender que a convenção extraordinária deve ser electiva, para que os militantes, simpatizantes e amigos se possam envolver com “serenidade e firmeza”, na defesa “intransigente” dos valores, princípios e práticas compatíveis com a liberdade, a democracia e da transparência.
“Desta forma”, defende o entrevistado do
A NAÇÃO, “o partido será restituído à base da sua militância, que, com a energia e dinâmica necessárias que lhes são características, participarão na honradez e cumprimento dos compromissos, em ordem à consolidação da democracia e do desenvolvimento de Cabo Verde”.
Para Orlando Dias, “estes são os fundamentos por que o partido do Governo, urge arrepiar caminhos, para que, de facto, o MpD volte a ser uma organização política que inspira confiança, baseada num dos fundamentos essenciais, como: o pluralismo de ideias e o direito à diferença”.
E conclui: “Mas, para isso, é absolutamente, necessário que na próxima Convenção Nacional, a liderança do partido seja disputada em toda a linha, para que possamos ter órgãos de Direcção do MpD, escolhidos pela vontade expressa dos seus militantes, de forma plural, partilhada e, com isso, restituir o respeito pelas ideias diferentes e direito à diferença aos militantes e dirigentes do partido”.