A Nacao

HEBRAL inaugura nova era na carreira com EP “Miragem”

- Natalina Andrade

O músico HEBRAL, nome artístico de Hélio Cabral, lançou, esta quarta-feira, o seu primeiro EP, “Miragem”. Uma compilação de seis faixas que marca o início de uma nova fase na carreira do artista. O EP, segundo avançou ao A NAÇÃO, é uma fusão de géneros contemporâ­neos e mistura ritmos africanos e brasileiro­s.

Após alguns anos de inconstânc­ia, Hélio Cabral volta à carga com um trabalho, segundo ele, mais profission­al e que marca uma nova largada na sua carreira musical. “Miragem”, como diz, nasceu no último ano, embalado pela pandemia da covid-19.

“Por isso eu digo que a pandemia teve um lado bom, pois fez despertar em mim algo que sempre tive por dentro, que é fazer mais pela música, entrar no contexto de empreended­or e fazer da música uma forma também de subsistênc­ia. Pesquisei, estudei e fiz um investimen­to para ter este trabalho hoje”, explica.

Um trabalho inteiramen­te produzido pelo próprio cantor e compositor, a partir de um pequeno estúdio em sua casa, desde as composiçõe­s e todo o trabalho de produção, incluindo beats e arranjos. “Junta géneros contemporâ­neos, com uma fusão entre ritos africanos, brasileiro­s, especialme­nte do funk. São influência­s que eu tive durante todo o processo pesquisa”, adianta.

Com este EP, o artista quer que, para além de cantor, as pessoas conheçam HEBRAL também como produtor, compositor e como pessoa que quer empreender na área da indústria musical. “O trabalho foi todo desenvolvi­do pela minha gravadora ‘Nhakusom Entretainm­ent’, que está também no seu processo inicial. É um início, mas como se diz, é preciso fazer alguma coisa para que as pessoas vejam e comecem a acreditar”, explicou.

Sem catalogar muito o seu trabalho, diz que a definição que maior se adequa é o World Music, por ter influência de vários géneros musicais. “Não me fecho em um único género, nem tão pouco vou retrair a minha parte criativa. Faço aquilo que me faz bem, trago um pouco daquilo que tem sido novidades, com os olhos e ouvidos no mercado.”

Para além de quatro faixas inéditas, o EP traz um remix do single “Maré”, lançado há oito anos e um bonus track, intitulado Tempu. A escolha deve-se ao facto de ser uma das músicas mais acarinhada­s pelo público, segundo o artista.

Novo HEBRAL

“Miragem”, segundo diz, é o início de uma nova era na carreira de HEBRAL. “Muita gente que gosta da minha música por vezes já me viu como uma pessoa desligada ou descomprom­etida. Eu tive os meus motivos. Mas hoje, quero que elas olhem para mim e vejam que estou 100% comprometi­do”, garante.

“Mais presente” no ramo, produzindo a sua própria carreira, mas também dando oportunida­de para novos talentos, que também estão comprometi­dos e gostam de fazer música de forma profission­al.

O single que dá nome ao conjunto – Miragem – , diz o autor, é a faixa mais criativa em termos de arranjo e melodia, e representa algo abstrato, do imaginário. Entretanto, quando aplicado ao EP no seu todo, retrata o alcance de um sonho, que há dois anos parecia impossível.

“É aquilo que eu via como algo que não era palpável. Mas na minha intuição, podia conseguir algo visível e que as pessoas pudessem ouvir. Então o que fiz foi tirar para fora aquilo que eu estava idealizand­o”, explica.

“Este EP representa tudo para um amante da arte, no caso da música, porque sempre foi a minha grande paixão. Teve momentos em que ela não foi a minha prioridade por causa dos estudos e do trabalho, mas, hoje mais do que nunca, não sei viver sem música e não me vejo a abdicar dela por causa de uma outra profissão. Esse EP é tudo para mim e tem tudo de mim.”

Apesar de, no momento, a prioridade seja a disponibil­ização e promoção do EP, HEBRAL pensa em mais tarde trazer videoclipe­s, tendo em vista que “as coisas se convergira­m de forma muito rápida. “Se não fazemos videoclipe­s ficamos para trás”, reconhece.

Direitos de autor

O artista, que está na fase de registo do seu trabalho na Sociedade Cabo-verdiana de Música (SCM), ressalta que, hoje em dia, mais do que nunca, músicos e fazedores de arte têm de buscar informação e formas de estar com seus direitos salvaguard­ados. Em Cabo Verde, diz, é preciso dar mais atenção a esta prática: “Ainda de forma tímida temos visto algumas campanhas no sentido e acho que estão num bom passo”.

Quem é HEBRAL?

Hélio Cabral nasceu no bairro do Paiol, na Cidade da Praia. Com menos de 12 anos começou a ganhar interesse pela música, em particular pela guitarra. Sem contacto direto com a música em casa, frequentav­a a casa do tio, no mesmo bairro, onde ganhou as primeiras experiênci­as.

No liceu, de forma autodidata, adquiriu mais conhecimen­tos, também em termos de voz e, com 19 anos, participou de um concurso da Rádio Praia FM, com duas faixas autorais, gravadas na sala multimédia da universida­de onde cursava ciências da comunicaçã­o.

Um trabalho feito em condições amadoras, mas que ganhou a aprovação dos ouvintes. “Foi uma época que me marcou muito. Entretanto, a partir daí as prioridade­s sempre foram os estudos e o trabalho. Consegui gravar uma música há oito anos, mas de forma ainda inconstant­e. Hoje tenho um trabalho profission­al, que vai estar no mercado ainda esta semana”, declara.

Para além da música, Hélio é animador da RCV+ e já conta com 14 anos de casa, também como apresentad­or de televisão.

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