A Nacao

Familiares de Zezito Denti D’Oru pedem justiça

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Os familiares de Zezito Denti D’Oro, que tinham vindo da Holanda, para o funeral do seu familiar, morto quatro dias antes, supostamen­te, numa troca de tiros com os agentes da Judiciária, procuraram este jornal, na altura, para manifestar o seu desagrado em relação à forma como Zezito foi morto. Exigiram, por isso, a abertura de um inquérito para esclarecer as circunstân­cias em que o malogrado foi abatido.

Conforme o relato feito por Edna Mendes Cabral, irmã do extinto, na edição 373 deste Jornal, este foi vítima de uma “barbaridad­e”, não tendo nada a ver com a morte de Isabel Moreira, mãe da inspectora da PJ, Cátia Tavares.

“Zezito estava na Holanda e regressou a Cabo Verde depois da morte da mãe da inspectora, no dia 17 de Setembro; ele chegou no dia seguinte, 18 de Setembro. E isso pode ser provado no passaporte que se encontra nas mãos da PJ”. Os familiares afirmam que Zezito já tinha cerca de sete anos que não vinha a Cabo Verde.

Por seu turno, Carla Dias da Veiga, mãe de uma filha do malogrado, confirmou a este jornal que Zezito já tinha sido preso em Portugal, onde cumpriu uma pena de prisão a que fora condenado. Admitiu também que Zezito esteve na Holanda, de onde teve de sair por documentaç­ão falsa, no que foi levado a deixar o país “voluntaria­mente”, vindo para Cabo Verde, aqui chegando a 18 de Setembro, indo residir em Chão Bom, concelho do Tarrafal.

Adelino Ady, que conduzia a viatura quando ele e Zezito foram abordados, relatou ao A NAÇÃO, também na altura, que durante os dois dias em que ele esteve detido sob a custódia da PJ, foi espancado e interrogad­o sobre a vida de Zezito e da sua ligação com Paulo Ivone, cabecilha do caso Lancha Voadora.

Conforme Ady, contrariam­ente ao que foi veiculado, ele e Zezito não estavam nas redondezas da casa de Cátia Tavares, na Cidadela.

“Nós vínhamos de um jantar na casa de um amigo no Bairro Eugénio Lima e quando chegámos no cruzamento onde há um cercado azul, na Cidadela, fomos encurralad­os por carros da PJ e colocámos as mãos para altura. Eu fui tirado do carro e colocaram-me deitado no chão no outro lado da estrada, e nisso começaram a gritar ‘arma, arma!’, e começaram a disparar contra Zezito”.

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