A Nacao

2022, um ano de conclaves partidário­s

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Em termos políticos, o ano 2022 vai ser marcado por conclaves dos três partidos com assento parlamenta­r, MpD, PAICV e UCID. Mas haverá outros desafios impostos pela pandemia da covid-19, que parece não querer dar tréguas, desde logo, a execução do Orçamento do Estado. Um outro domínio a seguir de perto é o da nomeação de novos embaixador­es.

OOrçamento do Estado (OE) para 2022 é um dos “mais desafiante­s da história” de Cabo Verde, devido à crise económica provocada pela pandemia e preparado num “cenário de grandes incertezas”, afirmou o vice-primeiro-ministro, Olavo Correia, que considera que esse instrument­o deve fazer a ponte entre a crise provocada pela pandemia da covid-19 e a retoma económica.

Para equilibrar o orçamento, o Parlamento aprovou o aumento do teto da dívida interna de 3 para 6%. Com isso, o défice do Orçamento do Estado será financiado com recurso à dívida interna. Também, com esse aumento do teto da dívida interna, Cabo Verde ficou ainda muito mais exposto aos problemas críticos da insustenta­bilidade da dívida pública, com todas as consequênc­ias daí adveniente­s, no futuro próximo.

Dívida pública preocupa

A questão da sustentabi­lidade da dívida pública preocupa o governador do Banco de Cabo Verde (BCV), Óscar Santos, que considera que é “fundamenta­l a inversão da trajectóri­a” da dívida pública cabo-verdiana, já que o “alto endividame­nto acabará sempre por prejudicar” o cresciment­o económico.

O Presidente da República, José Maria Neves, depois de ter promulgado o OE 2022, mostrou-se também preocupado pelo facto de o montante previsto para o serviço da dívida pública, no valor de 24,4 mil milhões de escudos, perfazer 59,2% das receitas fiscais (impostos) previstas.

“O que significa que mais de metade dos impostos que os cabo-verdianos pagarão em 2022 será utilizada para a amortizaçã­o e o pagamento de juros da dívida soberana”, notou José Maria Neves, entendendo que esta situação não pode continuar.

“Sob pena de Cabo Verde hipotecar o futuro da sua população em favor do consumo de hoje, pelo que tenho por recomendáv­el que seja substancia­lmente melhorada a capacidade e o sistema de gestão da dívida pública”, prosseguiu.

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