Introdução da língua cabo-verdiana no ensino secundário
A nível da educação, este é o ano que se vai introduzir o ensino da Língua Cabo-verdiana no ensino secundário, a partir do 10º ano. A iniciativa do Governo acontece no âmbito dos novos planos curriculares da reforma do ensino secundário, e será feita de forma experimental. De acordo com o Ministério da Educação, este primeiro passo vai “servir de piloto para o seu alargamento a médio prazo, após amplos consensos científicos”.
Ao anunciar esta medida, no passado mês de novembro, o Governo também manifestou “total disponibilidade em apoiar e fomentar a investigação de base académica visando consensos técnico-científicos em matérias da linguística, uniformização e padronização das bases gramaticais e ortográficas da língua nacional, comum às suas diversas variantes”.
A investigação poderá também incidir sobre o alfabeto unificado do crioulo, o ALUPEC, tendo em vista alcançar abrangência e conter resistências ao seu uso na escrita do crioulo, disse ainda o executivo.
De recordar que em Julho de 2021 o Ministro da Educação, Amadeu Cruz, reuniu-se com representantes do grupo promotor da petição sobre a política linguística em Cabo Verde e com o investigador e linguista, Manuel Veiga. Durante esse encontro foram abordadas questões ligadas à investigação linguística e à metodologia para a integração da disciplina de língua cabo-verdiana no sistema de ensino, no âmbito da reforma do Ensino Secundário.
O Governo reconhece, não obstante, a necessidade de fazer uma articulação e sintonização entre o Ministério da Educação e o Ministério da Cultura e das Indústrias Criativas, “em virtude do alinhamento em matérias mais ligadas à cultura e de ordem constitucional”.