Ordens para arquivar
Se peças dos autos relacionados com a morte violenta de Zezito Denti d’Oru não tivessem sido vazadas, certamente que este processo já estaria arquivado, revela uma fonte do A NAÇÃO, próxima do Ministério Público.
Inicialmente este processo estava com o procurador Felisberto Ho Chi Minh, que “pouco ou nada fez” no sentido de fazê-lo avançar. Aliás, conforme o nosso interlocutor, esse magistrado “fez muita pressão” no sentido do arquivamento do referido processo.
“Quando ele iniciou as investigações e vislumbrou a direcção que as mesmas iriam conduzir, resolveu então parar, ou foi incentivado a parar, fazendo com que o processo ficasse em banho-maria durante vários anos”.
Contudo, após esse período de paralisação, outro procurador (Ary Varela) “desencalhou” a investigação e já estava preste a deduzir a acusação.
“Faltava uma última diligência para que a acusação pudesse ser formalizada. Ou seja, faltava ouvir a testemunha Adelino Semedo Lopes (Ady), cuja carta rogatória já tinha sido enviada”. Ady conduzia a viatura onde Zezito seguia quando foram abordados por elementos da PJ.
Mas quando se inteirou que o procurador Ary Varela já tinha aprofundado as investigações e que já tinha reunido elementos suficiente para deduzir a acusação, “o Procurador Geral da República, José Landim, resolveu tirar-lhe o processo das mãos, avocando o mesmo, provavelmente com indicações para arquivá-lo”.
“Mas uma coisa é certa, há uma vontade deliberada para arquivar o processo, pelo menos em relação a Paulo Rocha. É um favor que Landim tem que satisfazer ao ministro da Administração Interna, que o indicou para o cargo de PGR”, enfatizou.