Alguns países já querem tratar a covid-19 como gripe, mas OMS não aconselha
A Espanha sugeriu esta semana, através do seu primeiro-ministro, Pedro Sánchez, que pode ser a hora alterar a estratégia de gestão da pandemia, passando a usar um sistema idêntico ao utilizado contra a gripe. Algumas medidas passariam pelo fim da divulgação de novos casos e redução da testagem.
No Reino Unido, o antigo coordenador da campanha de vacinação no país também já sugeriu que o foco deve sair da disseminação do vírus, para a gestão da doença, como se faz com a gripe, “nunca esquecendo os grupos mais vulneráveis”.
Clive Dix afirma que a Covid-19 deve ser tratada como um vírus endémico, tal como acontece com a gripe, e acabar com a vacinação em massa, depois da administração da dose de reforço.
Esta ideia ainda não é, entretanto, consensual. Alguns especialistas e a própria Organização Mundial da Saúde (OMS) já alertaram que o vírus não está estabilizado e que deve continuar a ser tratado como uma pandemia.
Em reacção às declarações do primeiro-ministro espanhol, a autoridade senior de emergência da OMS para a Europa, Catherine Smallwood, alertou que este ainda é “um caminho distante”, apontando que endemicidade requer uma transmissão estável e previsível.
“Ainda temos uma enorme incerteza e um vírus que está evoluindo rapidamente, impondo novos desafios. Certamente não estamos no ponto em que podemos chamá-lo de endêmico”, precisou, admitindo que a covid-19 pode se tornar endémico, mas no seu “devido tempo”.