Terminal de Cruzeiros será uma realidade dentro de 22 meses
Dentro de 22 meses, se tudo correr conforme o planeado, a ilha de São Vicente passará a ter o seu terminal de cruzeiros, o primeiro de Cabo Verde. O lançamento das obras aconteceu esta quarta-feira, 19, e o acto foi co-presidido pelo primeiro-ministro, Ul
Considerado um dos maiores investimentos públicos do país, quando concluído, o terminal de cruzeiros de São Vicente deverá constituir um factor de dinamização da economia mindelense, podendo arrastar as outras ilhas do norte do arquipélago, particularmente Santo Antão e São Nicolau.
O chefe do governo considera que “este investimento é importante para economia da ilha pelo seu valor”. Como explicou, “estamos a falar de mais 2,6 milhões de contos e pelo seu impacto, no sentido de posicionar São Vicente como um destino turístico de referência em Cabo Verde, na região africana e no Atlântico médio onde nos estamos situados”.
Segundo UCS, este é tipo de investimentos de que São Vicente precisa, de facto: “escala e dimensão em termos de turistas que possam visitar, gastar, entreter-se, ter acesso a serviços e a produtos diversos e viabilizar mercados, desde agroalimentar, das indústrias criativas, produtos de pesca, transformar o carnaval numa indústria de facto”.
“Estamos a trabalhar para que, em 2023, por esta altura, tenhamos no Mindelo a maior regata do mundo, a Ocean Race. Não será apenas um momento em que receberemos a regata, que vem trazer notoriedade e colocar São Vicente no mapa dos desportos náuticos internacionais. É mais do que isso, porque estamos a preparar um conjunto de investimentos para que São Vicente seja dotada de uma zona infraestruturada para receber outros eventos ligados ao mar”, afirmou.
Por seu lado, o presidente da Câmara Municipal de São Vicente defendeu que é preciso continuar a mostrar que o crescimento económico e social do país passa pelo desenvolvimento e disseminação ampla do mar, da tecnologia e da inovação, ocupando São Vicente um lugar importante nessa equação.
“O turismo e as actividades marítimas têm, entre nós, uma relevância histórica e nalguns sectores apresentam um elevado potencial de desenvolvimento devido às características naturais das ilhas e infraestruturas existentes”, salientou.
Enquadrado como uma das componentes da Zona Económica Especial Marítima de São Vicente (ZEEMSV), o terminal surge como resposta às necessidades de desenvolvimento da ilha, podendo aumentar o número de turistas que passarão a visitar a ilha, gastar, entreter-se, terem acesso a serviços produtos diversos, para além de viabilizar mercados desde agroalimentar, das indústrias criativas produtos de pescas.
Características do Projecto
De acordo com a Enapor, entidade responsável pelo empreendimento, os trabalhos vão envolver a conquista de um terrapleno, denominado “Ponte Terrestre”, com 2 700 m², a dragagem de aproximadamente 124 mil metros cúbicos na bacia portuária e no canal de acesso e a reabilitação do cais 9 que passará a servir navios de recreio de pequeno porte.
Na sua componente mais importante, o projecto prevê ainda a construção de um molhe de atracação de 400 metros de comprimento com uma profundidade de 11 metros a norte e 9 metros a sul, e uma gare de passageiros com 900 m² de área e respectivo ordenamento exterior, com a inclusão de um parque de estacionamento.
O terminal conta ainda com um plano de gestão ambiental e social (PGAS) de modo a garantir a construção e operação de forma ambiental e socialmente responsável.
Quando pronto, o Terminal de Cruzeiros será um dos mais importantes empreendimentos a acontecer na ilha de São Vicente nos últimos anos.
A obra é co-financiada pelo Fundo Orio, dos Países Baixos, e pelo Fundo OPEP (Organização dos Países Exportadores de Petróleo) para o Desenvolvimento Internacional.
Fórum Pensar São Vicente
O lançamento ontem da primeira pedra para a construção do terminal de turistas, bem como a realização de um conselho de ministros, no Mindelo, antecedem o Fórum Pensar São Vicente-2035, a decorrer estes dias na ilha do Porto Grande.
Previstos para decorrer em quatro naves instaladas, na Ribeira de Julião, os trabalhos devem decorrer hoje com a máxima força, depois da sua abertura solene, ontem, por Ulisses Correia e Silva.
De acordo com as autoridades da ilha, isto é, da Câmara Municipal, a ideia é discutir com as forças vivas mindelense o que fazer para relançar São Vicente. O encontro conta acolher cerca de 200 convidados e serão discutidos 80 temas, daí a necessidade que se teve de concentrar todas as sessões na Ribeira de Julião, o que acontece pela primeira vez, também, na ilha do Porto Grande.