Actuação da Cáritas na pandemia
Diante das dificuldades da pandemia, da seca, entre outros problemas enfrentadas ultimamente no país, a Cáritas tem sido uma das organizações não-governamentais que socorrem os que mais necessitam. Isso é feito através de projectos e acções nas áreas de segurança alimentar, mobilização de água, geração de rendas, entre outras medidas concretas, no terreno.
Segundo o relatório das actividades 2019/2020 da Cáritas, disponibilizada ao A NAÇÃO, para colmatar os problemas de Segurança Alimentar, esta instituição católica desenvolveu, de Abril de 2018 a Março de 2019, o terceiro ciclo do Programa de Segurança Alimentar (PSA), financiado pela Cáritas de Luxemburgo que contemplou 400 famílias pobres das paróquias rurais das ilhas de Santo Antão (175 famílias) e de Santiago (225 família), as zonas mais afectadas até agora, com a falta de alimento.
Para essa entidade não-governamental ligada à Igreja Católica, situações vividas em 2019 e 2020 foram difíceis e exigiram intervenções rápidas. Concretamente sobre a covid-19, foi preciso lançar, na altura, a campanha “Uma cesta solidária - um gesto a partilhar” que envolveu a sociedade civil e pessoas comuns. Disso resultou na atribuição de de 4.434 cestas solidárias, sendo 1.894 na Diocese do Mindelo e 2.540 na Diocese de Santiago, mobilizando mais de três milhões e 500 mil escudos.
Isso, para além do projecto
“Nina”, que na Praia entregou 103 marmitas diárias às famílias mais carenciadas, com destaque para idosos, doentes acamados e pessoas deficientes, entre agosto e novembro de 2020. Ao todo, foram 8 mil 567 marmitas entregues.
Entrar em contacto directo com essas pessoas, cabo-verdianos em situação alimentar difícil, permitiu, aos agentes da Cáritas, conhecer uma realidade dura de encarar: gente abandonada e com condições de habitabilidade precárias (teto a cair, difícil acesso, sem casas de banho, sem cozinha, sem cama com conforto), entre outros problemas.
“Muitas dessas pessoas, na sua maioria idosas, só tinham essa refeição por dia. Quando acabou a primeira fase deste projecto ficaram preocupadas porque, na altura, os seus hábitos alimentares melhoraram”, referiu sobre o projecto, cuja primeira fase terminou em Novembro de 2020.
“Tem de haver estratégias para conseguir recursos financeiros e meios para dar continuidade a esta ação”, descreve a Cáritas no seu relatório, destacando o engajamento dos voluntários e antenas, pessoas que os representam na comunidade.