Governo quer acabar com pobreza extrema
Cabo Verde, segundo as estatísticas oficiais, possui 115 mil pessoas na pobreza extrema – para uma população total de quase meio milhão – e o desafio passa por tirar esses cidadãos desse quadro ao longo desta legislatura, como diz o Governo. Estar na “pobreza extrema” significa gente que dificilmente consegue o mínimo para se alimentar e sobreviver.
Com a seca e com a pandemia da covid-19 estima-se que a situação dos pobres no país agravou-se bastante.
O Banco Mundial estima que que em 2020 a pobreza extrema global deverá subir pela primeira vez em 20 anos devido aos impactos da pandemia de covid-19, levando até quase 10% da população mundial a viver com menos de 1,90 dólares por dia. Cabo Verde não foge a essa tendência.
Em 2020 o país registou uma recessão económica histórica, equivalente a 14,8% do PIB. O Governo cabo-verdiano admite que a economia possa ter crescido entre 6,5 e 7,5% em 2021, impulsionada pela retoma da procura turística, e prevê 6% de crescimento em 2022.
Apesar do quadro difícil, a coordenadora residente do Sistema das Nações Unidas na Praia, a portuguesa Ana Graça, afirmou esta semana que o arquipélago tem condições para ser o primeiro país africano a eliminar a pobreza extrema, à luz das 115 mil pessoas identificadas nessa situação, no horizonte de cinco anos.
O Governo e o Sistema das Nações Unidas assinaram em Outubro de 2017 o Quadro de Cooperação para o Desenvolvimento das Nações Unidas em Cabo Verde (UNDAF), orçado em cerca de 92 milhões de dólares (81,3 milhões de euros), cuja execução termina este ano (2018 – 2022), iniciando-se agora o processo para ultimar o próximo quadro, ainda sem verbas definidas.