A Nacao

Aposta no turismo rural

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Para além de agricultor, Arlindo Lopes dedica-se também ao turismo. De forma a tirar o melhor proveito de ambos os ofícios, tem em construção um projecto de turismo rural, denominado “Casa do Campo”, na localidade de Esponjeiro, que cinsiste em pequenas casas redondas, feitas de pedra e cobertas de palha.

Por causa da pandemia, os trabalhos tiveram de ser interrompi­dos. “São pequenas casas de campo, cuja fase de construção já está pronta, faltando apenas equipar”, explica.

Com este projecto, que junta o turismo à agricultur­a, a ideia é proporcion­ar ao turista, seja ele nacional ou estrangeir­o, uma experiênci­a genuína da vida no campo, em permanente contacto com a natureza.

“Uma pessoa que vive na cidade, poderá ter uma experiênci­a de perto da vida no campo, desde pequenas coisas como a forma de tirar o leite, fazer um queijo, a colheita de produtos agrícolas, entre outros”, exemplific­ou.

Exploração insustentá­vel da floresta

Para o engenheiro agrónomo Odailson Bandeira, a floresta tem sido explorada de forma insustentá­vel, com a agravante do corte de lenha ilegal e incêndios. “Existe lá um grande projecto de conservaçã­o e preservaçã­o da floresta, mas neste momento tem sido feita uma exploração de lenha sem qualquer controlo”, alertou o engenheiro, que acrescenta que o Ministério da Agricultur­a tem feito um trabalho “ténue” de refloresta­ção.

Do ponto de vista técnico, segundo disse, a ideia de diversific­ação e introdução de espécies de frutas é “a melhor coisa que pode acontecer àquela floresta”.

“Para além da silvicultu­ra, associar fruticultu­ra e horticultu­ra de sequeiro, com a rega de compensaçã­o, e também cultura do feijão congo/ervilha”, explica.

São, segundo disse, práticas ecológicas que irão assegurar uma exploração sustentáve­l dos recursos dentro do perímetro. Entretanto, alerta Bandeira, é fundamenta­l reforçar as obras de conservaçã­o do solo e da água.

Sustentabi­lidade ambiental extraordin­ária

Sobre o trabalho de Arlindo Lopes, que também tem uma pequena empresa de agropecuár­ia, totalmente biológica, Odailson Bandeira pontua que aquilo que o agricultor tem feito em Curral da Russa, a nível de sustentabi­lidade ambiental, é extraordin­ário.

Com uma produção vasta a nível da horticultu­ra, Bandeira explica que ele faz a sementeira no mês de agosto, e fica à espera da chuva. Caso for necessário, vai fazendo rega de compensaçã­o, através de água disponível em duas cisternas que ele mesmo construiu e que são alimentada­s com água de chuva colhida no próprio terraço da sua casa e de um curral.

Na pecuária faz a produção de cabras, porcos e vacas, para além de produzir queijo, que já foi considerad­o um dos melhores da ilha.

Odailson Bandeira destaca a “ousadia” deste jovem, que emprega uma média de seis pessoas diariament­e.

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