Comité de Proteção de Jornalistas alarmado com Cabo Verde
OComité de Proteção de Jornalistas, que está a acompanhar a acção do Ministério Público contra os jornais e os jornalistas, exortou os procuradores a irem atrás dos verdadeiros criminosos, em vez de estarem a “assediar e desperdiçar recursos na investigação de jornalistas”, que estão simplesmente fazendo o seu trabalho.
Em declarações ao A NAÇÃO, a representante do comité para África, Ângela Quintal, disse que o comité está alarmado com mais este caso de ataque à liberdade de imprensa, agora com o jornal A NAÇÃO.
“É ainda mais preocupante, tendo em conta o que observámos ao longo do mês passado. O editor da Santiago Magazine, Hermínio Silves, foi intimado a interrogatório e está agora sob investigação pela alegada violação do segredo judicial”, recordou.
Supõe-se, acrescentou, que não é por acaso que a intimação ocorre no momento em que o jornalista do A NAÇÃO, Daniel Almeida, escreveu três artigos sobre supostos abusos, semelhantes à reportagem de Silves.
Essa responsável defende que, “obviamente, isto envia uma mensagem assustadora para os jornalistas, em Cabo Verde, e faz aumentar o expetro da censura e de outras ameaças à liberdade de imprensa e público tem o direito de saber”.
“O CPJ disse e repetimos, hoje, que os procuradores em Cabo Verde devem parar de perseguir os jornalistas quando publicam reportagens de interesse público e devem abandonar o que parece ser uma tentativa de forçar os jornalistas a divulgar suas fontes confidenciais”, alertou.
Em resposta ao pedido de socorro da AJOC, a Federação Internacional de Jornalistas também garantiu que o caso já está a ser acompanhado pelo departamento para África.