FAIMO parlamentar
A integração de mais 71 funcionários no quadro de pessoal da Assembleia Nacional significa um aumento de despesas na ordem dos 21 mil contos, anuais, no orçamento da Casa Parlamentar.
Ou seja, uma “verdadeira FAIMO” (Frente de Alta Intensidade de Mão-de-Obra), na óptica de um antigo deputado, que diz ter batalhado muito no sentido de inverter essa tendência de transformar o Parlamento num lugar propício para a implementação de esquemas de “job for de boys”, onde a cada mudança de governo vários elementos são integrados como pagamento de serviços eleitorais.
“A gestão da AN sempre foi um problema”, realça a nossa fonte, que considera que os custos do Parlamento aumentam de forma “assustadora” e que, por hábito, “fala-se de muitas gorduras do Governo, mas se não for lançado um olhar sobre toda a administração pública e as empresas, bem como as câmaras municipais, nunca mais reformamos o Estado”.
Ainda de acordo com a mesma fonte, os partidos políticos recrutam pessoas “sem critérios técnicos” e depois integra-as no quadro de pessoal, “transformando o Parlamento numa FAIMO bem remunerada, mas cheio de gente incapaz, politizada e com baixa qualificação”.
“Sei que os antigos presidentes da AN, António Espírito Santo, Aristides Lima e Basílio Mosso Ramos, muito se esfoçaram para atacar os problemas, mas o modelo de gestão da AN não facilita. O Parlamento tem um Conselho de Administração constituido por deputados que acabam, quase sempre, por se sucumbir às pressões e chantagens eleitorais dos funcionários”, realça. DA