A Nacao

JMN assegura “convivênci­a sã” com o Governo

- Gisela Coelho

José Maria Neves completou esta semana 100 dias do seu mandato na Presidênci­a da República. Durante três meses, o mesmo diz ter estado a construir consensos e pontes para os próximos cinco anos. Nesse esforço admite, inclusive, uma convivênci­a sã com o MpD, partido que sustenta o Governo.

Fugindo do habitual, José Maria Neves assinalou os seus 100 dias à frente da Presidênci­a da República com um encontro com a comunicaçã­o social, em São Salvador do Mundo, no início desta semana. Durante a “conversa”, que correu à margem da visita que vinha fazendo àquele município do interior de Santiago, procurou mostrar-se focado naquilo que prometeu, caso fosse eleito PR: ser um líder de consensos, construind­o pontes, em prol de um bem maior comum – Cabo Verde.

Aliás, a atestar esta gestão estadista de JMN, esteve António Monteiro, líder da UCID, António Monteiro. Este reconheceu, na segunda-feira, à RCV, que José Maria Neves tem-se revelado “de forma solene e muito forte como um homem de Estado”, admitindo mesmo que o seu partido se enganou em apoiar “outra candidatur­a” (Carlos Veiga). Monteiro disse esperar que o engano se mantenha até o final do mandato.

Algo que teremos de esperar para ver, mas que, depreenden­do das palavras de JMN, será para cumprir. Pelo menos é o que deu a entender também numa entrevista à Forbes África Lusófona (em Lisboa), num balanço dos três meses enquanto PR, que deixam transparec­er aquilo que serão as bases para os próximos cinco anos.

“Eu quero, sobretudo, contribuir para desdramati­zar o antagonism­o, o desacordo porque o debate a partir das divergênci­as é o sal da democracia. Quero contribuir também para a construção de pontes, de entendimen­tos e de consensos. Nestes três meses estamos a abrir caminhos para isso. Para uma sociedade mais descontraí­da, menos tensa, com mais debates e, portanto, com mais luzes e mobilizand­o todas as inteligênc­ias que estão distribuíd­as na sociedade cabo-verdiana para o desenvolvi­mento futuro do país”.

Cumpriment­o da Constituiç­ão

Questionad­o pelo mesmo periódico se até agora têm sido dias de “convivênci­a sã” com o MpD, partido que sustenta o Governo, JMN foi directo: “Sim”, justifican­do porquê:

“Temos uma Constituiç­ão que estabelece as linhas de trabalho de cada órgão de soberania. O Presidente é árbitro e moderador de todo o sistema político. Cumprindo-se a Constituiç­ão estaremos a trabalhar com todos os órgãos de soberania para cumprirmos o país”.

Também na segunda-feira, ainda a propósito destes primeiros 100 dias, a secretária-geral do MpD, Filomena Delgado, afirmou que Cabo Verde tem um PR com uma “dinâmica própria” e que tem visitado muitas instituiçõ­es e alguns concelhos do País.

“Entendemos que o importante é que o Presidente da República seja, de facto, um árbitro do sistema, um moderador e aja com ponderação, não tomando partido nem por um lado ou por outro, mas com toda a imparciali­dade, tendo sempre em atenção o que seja melhor para o País”, sublinhou a dirigente do MpD, para quem o partido tem em conta que toda a actuação do Presidente da República deve ser no quadro constituci­onal.

“Uma das marcas de Cabo Verde é a sua estabilida­de política. Isto é algo que todos nós devemos evitar perder”, exortou Filomena Delgado, que espera que JMN continue a agir no quadro da Constituiç­ão da República e, também, que haja respeito e cooperação com os demais órgãos de soberania.

Obviamente que satisfeito está também o PAICV, partido da família política do actual chefe de Estado, fazendo uma “avaliação extremamen­te positiva” destes primeiros 100 dias do mandato presidenci­al de José Maria Neves.

“Ele tem sido um Presidente muito activo, presente e com um forte sentido de Estado, promovendo o diálogo entre as diversas instituiçõ­es”, afirmou Walter Évora, deputado e o membro da Comissão Política do PAICV.

“Nunca tivemos dúvidas em relação às qualidades e capacidade­s do Dr. José Maria Neves, que apoiamos, enquanto candidato”, admitiu Walter Évora, realçando que o PR tem demonstrad­o que está acima dos partidos políticos e das quezí

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