Escola de futebol utiliza o desporto para ajudar alunos em situação de vulnerabilidade social
A Escolinha de Futebol Guga Rocha é um projecto educacional e sócio-desportivo, que utiliza o desporto como fio condutor para o desenvolvimento físico, psicológico e social dos alunos, dos 8 aos 17 anos, muitos em situação de vulnerabilidade social. Sediada na Ribeira Funda, Espargos, foi criada em Novembro, pelo ex- profissional Marco António Rocha, e já conta com mais de 300 alunos.
Ofutebol, nesta escola, é visto com um grande potencial educativo, capaz de contribuir na formação para a cidadania, na inclusão social e no combate a fenómenos como o alcoolismo, a dependência química e a violência. Desenvolvimento integral O objectivo é criar oportunidades para que crianças e adolescentes possam desenvolver habilidades desportivas, com especial foco em alunos em situação de vulnerabilidade social, que frequentam escolas públicas e moradores de comunidades de baixa renda.
“A nossa metodologia é baseada em três eixos fundamentais, que são: a família, a escola e o desporto”, explica o presidente.
No eixo da família, pretende-se melhorar o comportamento do jovem, promover o envolvimento dos pais nas actividades dos seus filhos e construir uma relação de proximidade entre o projecto e a família, de forma que valores trabalhados dentro do campo possam chegar também às residências.
No que toca à escola, o projecto promove o aproveitamento escolar, ao zelar para que cada participante tenha um bom desempenho. Neste sentido, um dos critérios para treinar é apresentar regularmente as notas à Escola de Futebol.
Dentro do desporto, a escola promove a socialização, o comprimento de regras e construção de rotinas, para além de valores como a disciplina, trabalho em equipa, liderança, respeito, cooperação e vários outros.
Intervenção social
A escola funciona com a ajuda de parceiros e padrinhos, para que, para além do desporto, promova e reforço alimentar de alunos em situação vulnerável e acompanhamento psicossocial.
“Por agora, os alunos recebem um lanche antes dos treinos. Numa segunda fase, pretendemos distribuir cestas básicas também para as suas famílias”, indicou Marco António Rocha.
No que toca ao acompanhamento psicossocial, trabalha em parceria com o Instituto da Criança e do Adolescente (ICCA), para onde pode encaminhar casos específicos em que as crianças precisem deste acompanhamento, ou mesmo outros membros da família.
A escola funciona com duas tipologias de apadrinharem, sendo uma que apoia diretamente a organização desportiva, através de donativos, e outra que apoia o aluno ou a família.
Dos mais de 300 alunos que actualmente frequentam a escola, cerca de 50 estão no sub 17, os únicos que já estão a competir. Os demais estão ainda na fase de treinamento e de conhecimento de como funciona a competição, uma vez que a escola está aberta há apenas 3 meses.
Trabalho árduo
Durante estes três meses, diz Marco António Rocha, a escola tem feito um trabalho árduo e cansativo, mas com resultados muito positivos.
“Temos contado com o apoio de algumas empresas e também da Câmara Municipal. Muitos pais têm ligado para agradecer, não só pelo facto dos filhos estarem a treinar, mas sobretudo por estarem a ocupar o seu tempo com coisas produtivas”, explica.
Um dos impactos positivos da ação da escola, pontua, é tirar os jovens da rua e proporcioná-los uma alternativa saudável para ocupar o tempo.
Inclusive, acrescenta, alguns que já passaram da idade para integrar os treinos da escola, são reintegrados nas equipas seniores, para evitar que abandonem o futebol ou que fiquem nas ruas, sem fazer nada.