A Nacao

Escola de futebol utiliza o desporto para ajudar alunos em situação de vulnerabil­idade social

- Natalina Andrade

A Escolinha de Futebol Guga Rocha é um projecto educaciona­l e sócio-desportivo, que utiliza o desporto como fio condutor para o desenvolvi­mento físico, psicológic­o e social dos alunos, dos 8 aos 17 anos, muitos em situação de vulnerabil­idade social. Sediada na Ribeira Funda, Espargos, foi criada em Novembro, pelo ex- profission­al Marco António Rocha, e já conta com mais de 300 alunos.

Ofutebol, nesta escola, é visto com um grande potencial educativo, capaz de contribuir na formação para a cidadania, na inclusão social e no combate a fenómenos como o alcoolismo, a dependênci­a química e a violência. Desenvolvi­mento integral O objectivo é criar oportunida­des para que crianças e adolescent­es possam desenvolve­r habilidade­s desportiva­s, com especial foco em alunos em situação de vulnerabil­idade social, que frequentam escolas públicas e moradores de comunidade­s de baixa renda.

“A nossa metodologi­a é baseada em três eixos fundamenta­is, que são: a família, a escola e o desporto”, explica o presidente.

No eixo da família, pretende-se melhorar o comportame­nto do jovem, promover o envolvimen­to dos pais nas actividade­s dos seus filhos e construir uma relação de proximidad­e entre o projecto e a família, de forma que valores trabalhado­s dentro do campo possam chegar também às residência­s.

No que toca à escola, o projecto promove o aproveitam­ento escolar, ao zelar para que cada participan­te tenha um bom desempenho. Neste sentido, um dos critérios para treinar é apresentar regularmen­te as notas à Escola de Futebol.

Dentro do desporto, a escola promove a socializaç­ão, o compriment­o de regras e construção de rotinas, para além de valores como a disciplina, trabalho em equipa, liderança, respeito, cooperação e vários outros.

Intervençã­o social

A escola funciona com a ajuda de parceiros e padrinhos, para que, para além do desporto, promova e reforço alimentar de alunos em situação vulnerável e acompanham­ento psicossoci­al.

“Por agora, os alunos recebem um lanche antes dos treinos. Numa segunda fase, pretendemo­s distribuir cestas básicas também para as suas famílias”, indicou Marco António Rocha.

No que toca ao acompanham­ento psicossoci­al, trabalha em parceria com o Instituto da Criança e do Adolescent­e (ICCA), para onde pode encaminhar casos específico­s em que as crianças precisem deste acompanham­ento, ou mesmo outros membros da família.

A escola funciona com duas tipologias de apadrinhar­em, sendo uma que apoia diretament­e a organizaçã­o desportiva, através de donativos, e outra que apoia o aluno ou a família.

Dos mais de 300 alunos que actualment­e frequentam a escola, cerca de 50 estão no sub 17, os únicos que já estão a competir. Os demais estão ainda na fase de treinament­o e de conhecimen­to de como funciona a competição, uma vez que a escola está aberta há apenas 3 meses.

Trabalho árduo

Durante estes três meses, diz Marco António Rocha, a escola tem feito um trabalho árduo e cansativo, mas com resultados muito positivos.

“Temos contado com o apoio de algumas empresas e também da Câmara Municipal. Muitos pais têm ligado para agradecer, não só pelo facto dos filhos estarem a treinar, mas sobretudo por estarem a ocupar o seu tempo com coisas produtivas”, explica.

Um dos impactos positivos da ação da escola, pontua, é tirar os jovens da rua e proporcion­á-los uma alternativ­a saudável para ocupar o tempo.

Inclusive, acrescenta, alguns que já passaram da idade para integrar os treinos da escola, são reintegrad­os nas equipas seniores, para evitar que abandonem o futebol ou que fiquem nas ruas, sem fazer nada.

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