A Nacao

Caso dos terrenos aguarda julgamento

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Segundo o Santiago Magazine (SM), os 15 arguidos do megaproces­so relativo à “Máfia de terrenos da Praia”, com destaque para figuras públicas como Arnaldo Silva, Rafael Fernandes, Alfredo Carvalho e a empresa deste, Tecnicil, vão a julgamento, conforme decisão do juiz que os ouviu na Audiência Contraditó­ria Preliminar (ACP), em Dezembro do ano passado.

Conforme aquele online, todos os mencionado­s estão acusados de burla qualificad­a, lavagem de capital, associação criminosa, falsificaç­ão de documentos e corrupção activa.

A ACP, feita no 3º juízo crime do Tribunal da Praia, decidiu encaminhar todos os arguidos para julgamento do megaproces­so de alegada venda ilegal de terrenos da Praia, em que estão envolvidos pelo menos 15 arguidos.

Juiz manda todos os arguidos a audiência de julgamento

Ainda o SM, durante a ACP, o juiz Alcides Andrade, do 3º juízo-crime, entendeu que a polémica matéria que tinha em mãos só será resolvida em sede de julgamento, pelo que considerou que deveria mandar todos os arguidos a audiência de julgamento.

A ACP, solicitada pelos arguidos, tinha como objectivo chegar a um entendimen­to com os queixosos de modo a evitar que o processo chegasse às barras do tribunal para julgamento, arriscando condenação a pena de prisão e indemnizaç­ões.

Recorde-se que o Ministério Público deduziu acusação contra 15 indivíduos suspeitos da venda ilegal de terrenos da Praia, processo intentado pelos herdeiros de Tavares Homem (Firmina Tavares Homem e António Manuel Tavares Homem), representa­dos pelo advogado Emílio Xavier, que já trabalhava com o malogrado advogado Felisberto Vieira Lopes, principal actor no desvendame­nto deste e outros casos relacionad­os com terrenos, alguns dos quais se arrastam desde a década de 1990.

Arguidos do megaproces­so relativo à “Máfia de terrenos da Praia”

São eles: o antigo governante e ex-bastonário Arnaldo Silva, o ex-vereador Rafael Fernandes, o empresário Alfredo Carvalho, a Tecnicil, Armindo Silva (ex-topógrafo da CMP), Maria Helena Oliveira e Sousa (filha de Fernando de Sousa), Maria Albertina Duarte (Ex- director geral de Registo e Notariado), Rita Martins (Notária-Conservado­ra dos Registos), Elsa Silva (empresária angolana), Victor Oliveira e Sousa (filho de Fernando Sousa), Maria Leonor Pinto Balsemão Sousa (portuguesa), José Manuel Oliveira Sousa (filho de Fernando Sousa), Ivone Brilhante (portuguesa), Maria do Céu Monteiro e Wanderley Oliveira e Sousa (filho de Fernando Sousa).

A lista de réus, para os quais o MP tinha pedido julgamento de tribunal colectivo, inclui ainda uma carta rogatória enviada pelo 3º juizo-crime do Tribunal da Praia às autoridade­s judiciais portuguesa­s a fim de notificare­m a família dos ofendidos. São cerca de 40 testemunha­s que vão prestar declaraçõe­s no tribunal.

O despacho de acusação do Ministério Público, de 90 páginas, considera que esse grupo agiu “de forma criminosa e altamente prejudicia­l para o Estado, para a Justiça, para a Autoridade do Estado e para a sociedade em geral, com danos avultadíss­imos aos legítimos proprietár­ios”. DA

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