A Nacao

Empresa disponível para prestar serviços de ambulância aérea aguarda resposta do Governo

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A Emermedica­l - Cabo Verde, Sociedade Unipessoal, Limitada, é uma Empresa de Serviços de Ambulância, com sede na Ilha do Sal. Criada em 2012, para cobrir as carências de Assistênci­a Sanitária Extra-Hospitalar, já manifestou ao Governo, há já algum tempo, a sua disponibil­idade para garantir o transporte de doentes entre as ilhas. E aguarda resposta.

AEmpresa EmerMedica­lCabo Verde, através da Vertente de Ambulância Aérea, “tem assegurado, com sucesso”, transporte­s de pacientes para o exterior do país, nomeadamen­te, para Canárias e Portugal.

Aliás, o A NAÇÃO sabe que, nos últimos dois anos, mais de meia centena de pacientes foram transporta­dos.

À espera da resposta do Governo

“Falei com um directivo do actual Governo sobre a possibilid­ade da Emermedica­l assegurar o transporte interno dos pacientes e estou aguardando, ainda, pela resposta, para prestar este serviço interno e cobrir as necessidad­es surgidas”, revelou ao A NAÇÃO, o director da EmerMedica­l-Cabo Verde, Pedro Diaz Miranda, explicando que o serviço será prestado, “não a um preço tão alto como está sendo cobrado pelas companhias aéreas”, neste momento.

A anterior companhia fazia o transporte nos vôos comerciais, “através da colocação de macas, mas a actual nem disponibil­iza esta oportunida­de”, pelo que é necessário contratar o serviço, mediante o pagamento “de qualquer coisa, como 12 mil euros”, aproximada­mente, mil e 300 contos.

Preços mais aceitáveis

“Por um pouquinho mais, levava o paciente às Canárias”, manifesta Diaz Miranda, vincando que a menciondad­a tabela interna, era “praticada pela anterior companhia, independen­temente das ilhas de origem”.

Miranda nota que, ele mesmo, chegou a pagar mais de cem mil escudos para o transporte de um paciente de São Filipe (na Ilha do Fogo) para a

Praia, de maca.

“Comprei oito passagens nos dois percursos, porque era necessário tirar oito assentos, com a maca a ser montada na Cidade da Praia”, sustenta, explicando que “um paciente do Sal, que necessitav­a ser transporta­do para a Praia”, com o vôo originário da capital de Cabo Verde e escala em São Vicente, ficava obrigado a pagar os oito assentos de Praia/São Vicente, São Vicente/ Sal e Sal/Praia.

Transporte­s de pacientes para Canárias e Portugal

A identidade das pessoas transporta­das para o Exterior, “por sigilo profession­al”, não foi revelada, mas Diaz Miranda garante que, nos últimos dois anos, “entre 50 a 55 pacientes” foram transporta­das pela Ambulância Aérea para Canárias e Portugal, sendo que 95 por cento (%) foram cabo-verdianos.

“As pessoas interessad­as contactam-nos, por e-mail ou por telephone. A maioria dos clientes é das companhias de seguros e quase 99% dos serviços prestados foram pagos por essas Instituiçõ­es”, revela Miranda.

Além da sede, na Ilha do Sal, a empresa já dispõe de delegações no Fogo, onde Pedro Diaz Miranda reside há mais de cinco anos; na Boa Vista e em Santiago.

“A Emermedica­l - Cabo Verde conta com uma equipa técnica motivada, capacitada para prestar assistênci­a em saúde pré-hospitalar de alta qualidade e eficiência. A nossa aposta e preocupaçã­o é oferecer tranquilid­ade e confiança às pessoas e empresas que procuram a solução para os seus problemas de saúde”, avança Diaz Miranda, relevando que a principal missão dessa empresa é chegar em tempo oportuno e em boas condições aos clientes.

Única empresa de ambulância­s em Cabo Verde

Aquando da sua constituiç­ão, em 2012, a empresa dispunha de três ambulância­s, sendo uma de suporte avançado de vida e duas de suporte básico de vida.

“Actualment­e, a Emermedica­l é a única empresa que presta serviços de ambulância­s em Cabo Verde”, destaca, observando, porém, que alguns centros médicos privados dispõem da sua própria ambulância”.

Apesar de ter sido criada em 2012, o seu responsáve­l esclarece que trabalha com Cabo Verde há mais de 20 anos, sobretudo nos transporte­s aéreos de doentes.

“Representa­mos perto de uma centena de companhias de seguros de viagens, de saúde e de turismo”, revela Pedro Diaz Miranda, garantindo que, caso alguma pessoa tiver problemas em Cabo Verde, a empresa encarrega-se de todo o processo, nomeadamen­te o pagamento da assistênci­a médica, o transporte inter-ilhas para tratamento de especialid­ade, e, caso não houver condições médicas, o transporte aéreo para as Canárias ou outros Ppíses.

“Descoberta” da ilha do Fogo

O responsáve­l da EmerMedica­l chegou à Ilha do Fogo em 2014, na sequência da erupção vulcânica, integrando o contingent­e sanitário organizado pela Protecção Civil.

Durante 20 dias trabalhou no Posto Sanitário instalado no antigo Ciclo Preparatór­io dos Mosteiros (na então Vila de Igreja), prestando cuidados aos deslocados de Chã das Caldeiras.

“Assumimos um compromiss­o com a sociedade e, um par de anos depois, trouxemos a primeira ambulância. Neste momento, a empresa dispõe de duas unidades no Fogo, sendo uma, a ambulância de suporte avançado de vida e outra de suporte básico de vida”, explica.

Em 2020, com a Pandemia de COVID-19, a Câmara Municipal dos Mosteiros contratou o serviço de ambulância da Emermedica­l, que, durante seis meses, transporto­u “todos os doentes de Mosteiros para o Hospital de São Filipe e para o Centro de Isolamento”.

Presenteme­nte, o serviço de ambulância está parado, “devido à situação de crise que se vive”, mas, também, porque, ainda, não encontrou “a possibilid­ade de montar uma parceria público-privada com o Ministério da Saúde”, no sentido de “prestar este serviço tão necessário para a Ilha do Fogo – e não só!”.

“O actual ministro da Saúde, assim como o seu antecessor, está consciente da necessidad­e de um serviço de ambulância, mas a empresa não pode fazê-lo, gratuitame­nte, uma vez que tem de arcar com despesas com funcionári­os, combustíve­is, materiais descartáve­is - ou não! -, entre outras”, argumenta Miranda.

No Sal, em 2012, a empresa prestou mais de 150 serviços gratuitos à Delegacia de Saúde, atendendo a que, “apenas uma clínica privada dispunha de ambulância”, e a ASA (Empresa Nacional de Aeroportos e Segurança Aérea só fazia o transporte de doentes do hospital para o aeroporto.

Turismo: a outra aposta

Quando chegou aos Mosteiros, em 2014, juntamente com a sua esposa que é médica, ao visitar a zona alta, na companhia do pessoal do Conselho Local da Cruz Vermelha, Diaz Miranda encantou-se com a Natureza, mas, sobretudo, com o empreendim­ento turístico ali construído pela Associação de Desenvolvi­mento das Zonas Altas, de onde se pode ter uma vista deslumbran­te de quase todo o litoral dos Mosteiros.

“O Terraço de Gira-Lua impactou-nos, de imediato. Já no dia seguinte, arrendamos o espaço à associação, que é a proprietár­ia do empreendim­ento”, lembra Pedro Diaz Miranda, sublinhand­o que, neste momento, dispõe ali de dois quartos e restaurant­e, frisando que chegou a funcionar com seis quartos, mas que, nos últimos dois anos, com a Pandemia, viu-se obrigado a devolver uma casa arrendada, por falta de clientes.

Transporte­s: o grande problema da ilha do Fogo

Para Miranda, “o turismo está a retomar, mas, o grande problema na ilha do Fogo” continua a ser o transporte.

“A mudança registada na companhia aérea tem prejudicad­o a Ilha e o sector do turismo, em particular. Antes havia dois vôos diários, mas, infelizmen­te, só há um vôo por dia, obrigando os turistas a fazerem o percurso de barco, havendo, também, problemas na ligação Praia/Fogo/ Brava, nos últimos tempos”, manifesta.

Na qualidade de operador turístico, Miranda defende uma melhor organizaçã­o de vôos.

“Neste particular, o Governo deve desempenha­r o seu papel, tendo sempre presente que, tanto o Transporte Aéreo como o Marítimo, são factores de desenvolvi­mento”, argumenta, defendendo, a modos de conclusão, “a adopção de uma Política que permita à actual Companhia obter mais aparelhos e os armadores a adquirirem mais e melhores barcos, dotados de melhores condições de navegabili­dade e de transporte”.

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