A Nacao

Livraria Berdiana quer incentivar leitura digital

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Nesta era de novas tecnologia­s onde os livros digitais têm dado uma rasteira nos livros físicos, Eufémia Vicente Rocha diz que o que se pode fazer é tirar o máximo de proveito que se pode, dando exemplo consigo mesma.

Criação de biblioteca­s digitais

“Eu gosto de livro físico para pegar e sentir e creio que esta conexão é outra realidade. Mas, por não poder comprar todos os livros que desejo, sobretudo para cumprir a lista que faço anualmente de livros por ler, aproveito a internet onde podemos achar de tudo, superando a parte financeira. Assim, acabei por criar a minha própria biblioteca digital, da mesma forma que tenho uma biblioteca física com todos os livros que gosto”.

Eufémia Rocha vem passando essa estratégia aos seus alunos, facultando-lhes títulos digitais que, para além de menos custos, adequa-se mais ao mundo dos jovens, hoje mais presentes no mundo digital.

Uma estratégia que a professora também tem utilizado para melhorar os hábitos de leitura ao seu redor, a começar pelos seus familiares e alunos.

O poder da leitura

“A leitura tem um poder que muitos não conhecem. Eu era a única consumidor­a de livro na minha família e durante muito tempo insisti com as pessoas à minha volta para lerem mais como forma de expandirem os seus horizontes. Consegui cativar alguns, inclusive a minha irmã, que só neste ano já vai no seu quarto título a ler”, contou referindo que o seu gosto pela leitura veio desde criança e que nisso foi muito incentivad­a pelos pais.

Projecto de biblioteca comunitári­a para Tira-Chapéu

Para mudar este paradigma no meio onde vive, a nossa entrevista­da diz que tem em mente projectos que envolve uma biblioteca comunitári­a em Tira-Chapéu onde reside actualment­e, para fazer com que os livros que leu até agora cheguem também às outras pessoas, ultrapassa­ndo a barreira de “não ler por não ter”.

“Quero que outras pessoas usufruam da minha biblioteca pessoal, livros que fizeram de mim o que sou hoje”, apontou, tendo consciênci­a de que materializ­ar este projecto requer muito mais do que a sua vontade, tempo e atenção.

Criação de clubes de leitura

Para melhorar ainda mais o hábito de leitura, um problema presente também no meio académico, esta professora universitá­ria sugere a criação de clubes de leituras dentro e fora do ambiente académico.

“Acompanho alguns perfis e canais que fazem clubes de leituras interessan­tes nas redes sociais. A minha ideia é que isto seja feito também fora do meio virtual, uma proposta que já discuti com outros colegas. Já propusemos na universida­de que sejam clubes abertos a todos aqueles que quiserem conhecer novos temas, questões actuais sobre problemas sociais, que não precisam ser obrigatori­amente para uma comunidade académica. Acho que pode haver incentivos como criar um programa ou projectos para levar a leitura e livros às comunidade­s, a todas as camadas, sobretudo para as crianças em fase de serem moldadas para criarem gostos de leitura”, explicou.

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