A Nacao

“Little África Maio” bonito no papel

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As obras para a construção das infraestru­turas de suporte do projecto “Little África” deveriam arrancar a 1 de Junho de 2021, mas, volvidos nove meses, não se regista nenhum sinal nesse sentido e também já não se fala do assunto.

No acto de assinatura do acordo, o Chefe do Governo destacou o impacto económico e social “deste grande projecto” que deveria estender-se à ilha de Santiago e ao todo nacional. Ulisses Correia e Silva considerou ainda que esse projecto “posiciona Cabo Verde com um investimen­to de referência que faz pontes entre a África e a Europa e se constitui como um hub para o continente africano”.

Este projecto de desenvolvi­mento turístico da ilha do Maio foi considerad­o, na altura, pelo chefe do executivo, como o maior investimen­to de sempre realizado no país, pelo seu valor, atingindo 500 milhões de euros, e pelo impacto a nível de empregos, criação de riqueza, geração de receitas fiscais, da localizaçã­o de empresas internacio­nais e de atração de outros investimen­tos.

“Assinar esta Convenção de Estabeleci­mento em plena pandemia da covid19, é, sem dúvida, uma demonstraç­ão de confiança no futuro do país por parte do promotor que devemos reconhecer e que, certamente, contribuir­á para uma maior credibilid­ade e atrativida­de do país para a realização de investimen­tos”, disse Ulisses Correia e Silva.

Se um dia o referido projecto sair do papel, são 500 milhões de euros que haverão de proporcion­ar a criação de mais de 8 mil postos de trabalho. O investimen­to promete mudar a realidade maiense com instalaçõe­s que integram um Centro Turístico-Residencia­l, Cultural e de Negócios – Hub para África, na Zona de Desenvolvi­mento Turístico Integrado do Sul da Ilha do Maio, bem como nas áreas em que serão edificadas estruturas associadas (um aeroporto internacio­nal, novo porto, áreas de produção de energia, água, logística, pedreiras e serviços processame­nto de materiais).

Diante de tamanhas promessas, o Governo de Cabo Verde declarou o empreendim­ento como sendo de “interesse excepciona­l” no quadro da estratégia de desenvolvi­mento socioeconó­mico do país.

O projecto, que foi negociado tendo a Cabo Verde TradeInves­t como interlocut­or, será constituíd­o por duas enormes estruturas: o Africa World e o Maio Vila.

O Africa World engloba a parte de entretenim­ento. Neste espaço, será criado um grande complexo com museus e salas de exposições de países africanos, teatro, casino, lojas, centro de congressos/exibições e negócios, centro internacio­nal de negócios, hospital de última geração, colégio internacio­nal, habitação para executivos, quadros e outros trabalhado­res. Incluirá ainda o complexo turístico Little África Resorts com 3000 quartos.

O Maio Vila está virado para o turismo residencia­l de luxo com vivendas com clube social, concierge, segurança e outros serviços. Será também constituíd­a uma zona Franca Integrada de tax-free e lojas francas.

O investimen­to será feito em três fases, iniciando-se com a infraestru­turação e construção das instalaçõe­s do África World. A edificação das Vilas Maio East e das Vilas Maio West concluem a fase de construção do projeto.

Em Abril de 2021, na apresentaç­ão do “Little África Maio”, o investidor espanhol Enrique Bañuellos disse que os trabalhos físicos da infraestru­tura deveriam arrancar a partir de Julho de 2021, após a tomada de posse do novo Governo e da aprovação no Parlamento da lei que regulament­a as acções deste projecto, tendo em vista que o mesmo “já tinha sido estudado”, o que permitiu a assinatura de um memorando de entendimen­to entre o Governo e o referido grupo de investidor­es.

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