Cabo Verde solidário com a Ucrânia
Ontem, quarta-feira, às 17 horas, um grupo de cidadãos, encabeçado por Maurino Delgado, tinha agendada uma manifestação no Mindelo, contra a guerra na Ucrânia.
De acordo com a organização, “ninguém, com coração humano, fica indiferente perante a tragédia e a desgraça que desabou sobre o Povo Ucraniano por causa da guerra”.
Com a concentração prevista na Pracinha de Igreja, o objectivo do acto era “exprimir toda a solidariedade ao Povo Ucraniano” e, ao mesmo tempo, “Pedir um minuto se silêncio aos Cabo-verdianos, dentro e fora do país, invocando a Paz para os Russos e Ucranianos, povos amigos do nosso Povo que estão a ser vítimas da ditadura do regime de Vladimir Putin”. Prevista estava a presença e a participação, no acto, do Bispo do Mindelo, Dom Ildo Fortes.
Turistas manifestam-se
Na terça-feira, dois turistas – uma de nacionalidade ucraniana e um bielorusso – , que se encontram em Cabo Verde, manifestaram-se, na Praia, contra a invasão da Rússia à Ucrânia, apelando ao fim do conflito e à retoma da normalidade.
Volha Rymho, que é ucraniana mas reside na Bielorrússia, acompanhado de Ihan Inatimovich, bielorusso, estão de férias em Cabo Verde, há uma semana, onde foram confrontados com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia.
“Nós viemos para este maravilhoso País de férias. Minha família é da Ucrânia e precisamos fazer algo para mostrar que a guerra não é solução, ou seja, qualquer conflito deve ser discutido de forma diplomática”, explicou Volha Rymho em declarações à Inforpress.
Ambos partiram da Polónia com destino à ilha do Sal, mas decidiram vir à Cidade da Praia manifestar o seu descontentamento em frente à Embaixada da Rússia.
Bispo de Santiago solidário
Também o bispo da Diocese de Santiago, Dom Arlindo Furtado, disse esta semana estar a orar pelo povo ucraniano a propósito da invasão russa, defendendo que “a guerra não traz vantagens a ninguém”.
“Eu rezo, é minha obrigação como sacerdote, mas também como crente e cidadão do mundo. A guerra não traz vantagens a ninguém, só traz prejuízos”, afirmou o líder católico em declarações à imprensa à margem da primeira visita que efectuou hoje à sede nacional do Corpo do Escutismo Católico Cabo-verdiano (CEC-CV), no âmbito das comemorações do Dia do Fundador e do Pensamento Escutista.
PR e PM
De lembrar que tanto o presidente da República, como o primeiro-ministro de Cabo Verde manifestaram-se preocupados com a invasão da Ucrânia pela Rússia.
“O mundo, altamente devastado pela pandemia da Covid-19, ainda arcará doravante com os custos económicos e sociais, difíceis de medir, mas com certeza catastróficos, de uma guerra sem sentido”, escreveu na sua página no Facebook José Maria Neves, que disse estar “muito preocupado”.
Ulisses Correia e Silva, por seu turno, condenou a invasão da Rússia pela Ucrânia, defendendo os valores do diálogo e da democracia.