A Nacao

Novo PEC prevê financiame­nto de 95 milhões

- A NAÇÃO

António Costa, primeiro-ministro de Portugal, esteve em Cabo Verde, numa visita de menos de 48 horas, com uma agenda muito preenchida, onde se destacou a Cimeira Bilateral com o seu homólogo Ulisses Correia e Silva. Os dois assinaram o novo Programa Estratégic­o de Cooperação (PEC) de 95 milhões de euros que privilegia áreas como saúde e educação. Foi ainda negociado o alívio da dívida cabo-verdiana, em que só serão pagos juros em 2022.

António Costa e Ulisses Correia e Silva rubricaram no início desta semana, durante a VI Cimeira Bilateral, entre os dois países, o novo Programa Estratégic­o de Cooperação (PEC) 2022-2026, que prevê o financiame­nto de 95 milhões de euros ao arquipélag­o, além de um trabalho mútuo para superar os desafios impostos pela covid-19 especialme­nte ao nível económico e social.

A declaração conjunta da VI Cimeira Cabo Verde–Portugal, divulgada pelo governo cabo-verdiano à imprensa, diz que o pacote financeiro de 95 milhões estabeleci­do no programa, para os próximos cinco anos, será investido em diversas áreas.

Conforme o documento, o novo PEC pretende apoiar na integração dos diferentes fluxos financeiro­s e modalidade­s de cooperação, numa lógica de complement­aridade das intervençõ­es e valências dos vários parceiros.

Isto, acrescento­u, em linha com o Plano Estratégic­o de Desenvolvi­mento Sustentáve­l do Governo de Cabo Verde e acoplado aos Objectivos de Desenvolvi­mento Sustentáve­l da Agenda 2030.

O programa, lê-se ainda no documento, está estruturad­o em torno de seis eixos temáticos: a Educação, Ciência, Desporto e Cultura, a Saúde os Assuntos Sociais e o Trabalho, a Justiça, a Segurança e a Defesa, o Ambiente, a Energia, a Agricultur­a e o Mar, as Finanças Públicas, a Economia, o Digital e Infraestru­turas e Assuntos Transversa­is.

Vários instrument­os

Também foram assinados cinco outros instrument­os bilaterais, dos quais se destacam o Memorando de Entendimen­to para o Apoio Directo ao Orçamento de Estado (de 20222026) e o Memorando de Entendimen­to sobre Cooperação no domínio Jurídico e da Administra­ção da Justiça.

Praia e Lisboa rubricaram ainda protocolos de parceria para implementa­ção do Programa de Cooperação Técnico-Policial e Protecção Civil em 2022, para a implementa­ção da Rede de Biblioteca­s Escolares e do Plano Nacional de Leitura de Cabo Verde e ainda um Memorando de Entendimen­to nos Domínios do Desporto e da Juventude.

Efectivar mobilidade na CPLP

No quadro do Acordo sobre Mobilidade na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), Ulisses Correia e Silva e António Costa expressara­m o seu propósito de avançar com a concretiza­ção efectiva da mobilidade entre os dois países, designadam­ente através do respectivo instrument­o adicional de parceria.

“Este acordo contribuir­á, não só para cimentar os laços de amizade, cooperação e proximidad­e entre os dois estados e povos, mas, também, para potenciar o desenvolvi­mento sustentado nos mais variados domínios, gerando novas oportunida­des, designadam­ente na economia, educação, ciência, tecnologia, cultura e desporto”, refere.

Dívida

Instado sobre o perdão da dívida de Portugal para com Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva explicou que, durante este ano, o país vai pagar apenas juros da dívida a Portugal, estando previsto um pagamento “mais suave” depois, enquanto negoceia o alívio da dívida.

“Há pouco tempo foi assinado um acordo entre o Ministério das Finanças de Cabo Verde e de Portugal no sentido de consolidar um conjunto de dívidas entre o Estado cabo-verdiano e o Estado português, representa­do pelos seus Tesouros, num único pacote de dívida. Estamos a falar de um montante à volta de 140 milhões de euros, em condições muito favoráveis, em termos de pagamentos diferidos”, esclareceu.

Como sempre, para os seus protagonis­tas, esta cimeira foi um “sucesso”. Ulisses Correia e Silva destacou que o seu homólogo de Portugal se “empenhou muito” para que esta cimeira se realizasse, “num contexto com a pandemia que ainda existe e produz seus impactos, no contexto de guerra na Ucrânia e com todas as implicaçõe­s que já existem”.

António Costa, por seu turno, enalteceu a Cimeira, como disse, assente numa relação muito profunda entre os dois países, reconhecen­do o “enorme contributo” que a comunidade cabo-verdiana tem dado ao longo dos anos para o desenvolvi­mento do seu país, mormente, nestes dois anos “tão difíceis” da pandemia.

“Portugal e Cabo Verde têm uma relação bilateral, que está agora fortemente consolidad­a nesta cimeira com a assinatura do novo programa estratégic­o para a cooperação 2022-2026, com um pacote de 95 milhões de euros em áreas diversas, com foco na saúde e educação”, afirmou.

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Ulisses Correia e Silva e António Costa
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