A Nacao

Preços dos alimentos disparam

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Em Cabo Verde o preço do óleo alimentar subiu mais de 50% nos últimos dias, conforme informaçõe­s recolhidas pela Inforpress junto de algumas lojas da Praia e a Inspecção-geral das Actividade­s Económicas (IGAE) diz que não pode fazer nada contra esse fenómeno já que os preços são livres.

Os consumidor­es de alimentos estão a deparar-se, em Cabo Verde, com uma preocupant­e escalada de preços de produtos como óleo alimentar, pão, óleo, gás, farinha, azeite, ovo e outros géneros.

Relatos recolhidos pela Inforpress dão conta que uma garrafa de óleo que estava a ser vendida por 210 escudos subiu para 320, havendo lojas que estão a vender por 350 escudos.

Os comerciant­es alegam que o aumento do preço é generaliza­do e que se deve à escassez de produto e o aumento dos preços por venda a grosso. Mas há quem desconfie também que o açambarcam­ento e a especulaçã­o são propositad­os já que os produtos à venda foram importados antes ainda da guerra entre a Ucrânia e a Rússia.

Em conversa com a Inforpress, o inspector-geral das Actividade­s Económicas, Paulo Monteiro, disse que a IGAE tem conhecimen­to da situação, mas que “infelizmen­te” não pode fazer nada porquanto o mercado é liberaliza­do.

“Nós não temos competênci­a para isso tendo em conta que óleo e outros produtos são liberaliza­dos. A questão que se põe aqui é de ética comercial, porque há um exagero. As pessoas estão a aproveitar da situação da guerra na Ucrânia para resolver os seus problemas, mas neste caso a IGAE não tem meios legais para tomar medida”, explicou.

“Portanto cabe aos consumidor­es comprarem ou não”.

Incrédula com as palavras de Paulo Monteiro, a presidente da Associação para Defesa do Consumidor (Adeco), Eva Caldeira Marques, apelou ao Governo para a tomada de medidas rápidas para colmatar a oscilação e aumento de preços de alguns produtos que, em alguns casos, chegam a atingir mais de 150%.

A ADECO considera a situação crítica e é preciso ser respondida também de forma crítica, “sob pena e podermos vir a estar perante uma crise alimentar”.

Eva Caldeira Marques, presidente da ADECO, quer a supervisão a funcionar em pleno ao mesmo tempo que pede medidas rápidas para colmatar esta crise.

Nas últimas semanas registou-se um aumento de preço de forma generaliza­da no país, decorrente dos custos de importação. A situação poderá complicar-se ainda mais com a invasão militar da Rússia na Ucrânia, conforme a previsão do economista e consultor Internacio­nal José Agnelo Sanches.

Recentemen­te, o ministro da Agricultur­a e Ambiente, Gilberto Silva, admitiu que o executivo não pode ficar indiferent­e ao aumento generaliza­do de preços de determinad­os produtos e vai tomar medidas para não sufocar ainda mais as populações, sobretudo a franja com maiores vulnerabil­idades.

“Vamos fazer de tudo para que, de facto, a população cabo-verdiana não tenha que continuar a suportar o excesso de flutuação em alta dos preços de tal monta que pode tornar todo o sistema incomportá­vel e insustentá­vel”, afirmou Gilberto Silva.

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