Francisco Carvalho diz que CMP não vai acrescentar os 200 mil contos em falta
Uma semana depois da demolição das instalações do Clube de Golfe e Ténis da Praia, a mando da embaixada dos Estados Unidos da América, o edil Francisco Carvalho veio a público, na segunda-feira,11, dizer que o negócio estabelecido no contrato com a equipa camarária liderada por Óscar Santos custará à Câmara Municipal da Praia (CMP) cerca de 200 mil contos. António Pedro Borges, presidente do clube, vota a acusar o autarca Francisco de Carvalho de agir de má fé.
Francisco Carvalho, que falava em conferência de imprensa, na segunda-feira, alegou que o contrato assinado pela anterior equipa camarária e o Clube de Golf e Ténis da Praia, é lesivo para o interesse do município e seus munícipes.
“A anterior equipa camarária assinou com o Clube de Golfe e Ténis da Praia um contrato prejudicial ao interesse da Praia, obrigando os munícipes a pagar, com os seus impostos, cerca de 200 mil contos para a construção de uma infra-estrutura privada”, observou Carvalho, que garantiu que esse valor não será acrescentado pela autarquia que dirige.
Conforme explicou, a anterior equipa vendeu os terrenos do clube por pouco mais de 230 milhões de escudos, valor a ser pago em duas prestações, sendo que a Câmara Municipal da Praia (CMP) já recebeu 114 mil contos.
“Estamos a falar de 22 mil metros quadrados de terreno, situado na Várzea, logo atrás do Palácio do Governo”, sublinhou.
Para a materialização do acordo, a Câmara Municipal da Praia decidiu atribuir ao Clube de Golfe e Ténis um trato de terreno, situado na entrada da Cidadela, zona limítrofe com o
bairro de Palmarejo, “avaliado em 33 mil contos”.
Entretanto, segundo disse, a construção do novo campo de ténis e golfe custará 365 milhões de escudos, sem os equipamentos, sendo evidente, na sua óptica, que o valor pode disparar para os 400 mil contos, quando equipado.
Tendo em conta, conforme disse, que valor da venda do antigo campo é de 230.314.116$00, está-se perante um rombo financeiro aos cofres municipais em cerca de 200 mil contos.
“Ou seja, a Câmara anterior e Clube de Golfe e Ténis firmaram um contrato prejudicial ao interesse da Praia, obrigando os munícipes a pagar, com os seus impostos, cerca de 200 mil contos para a construção de uma infraestrutura privada”, analisou, garantindo que a actual equipa camarária não vai acrescentar mais 200 mil contos do erário público para financiar um “projecto privado”.
Francisco Carvalho acusou ainda a equipa da Câmara Municipal da Praia, então liderada por Óscar Santos, de vender uma propriedade que não lhe pertencia, mediante um acordo assinado com o Clube de Golfe e Ténis da Praia, em que passaria a exercer as funções de uma espécie de promotor imobiliário, “com poderes de representação junto do comprador”.
“Este negócio, para além de evidentes atropelos à lei, viola os princípios da eficiência, eficácia e o interesse da colectividade”, considerou, declarando-se, entretanto, “totalmente aberta ao diálogo” e “disponível” em prosseguir as negociações com o Clube de Golfe e Ténis “a bem do interesse de todas as partes envolvidas”.