A Nacao

Viver por conta própria com cosméticos

- Louisene Lima

Yarin Almeida, 30 anos, reside em São Vicente e é licenciada em Serviço Social. Há cerca de três anos que resolveu se aventurar na área de cosmética natural, criando a sua marca de produtos, a Natuyara’s. É defensora da descentral­ização de feiras pelos bairros do Mindelo.

Yarin Almeida diz que se licenciou em Serviço Social, mas nunca consegui uma boa colocação no mercado de trabalho, realizando apenas trabalhos temporário­s e de curta duração em projectos e outros trabalhos no sector informal.

Cansada disso, resolveu, um dia, dar um outro rumo à vida: abriu o seu próprio negócio na área de cosmética natural, dando vazão ao facto de sempre ter gostado de “criar” e “inventar” coisas novas, e não se arrepende.

“Quando recebi os meus primeiros pedidos, constatei que o dinheiro que eu ia receber em quatro dias de produção era superior ao que eu ganhava mensalment­e trabalhand­o numa loja, aí eu disse: ‘Quero trabalhar para mim, não quero trabalhar para mais ninguém’”.

Cosméticos naturais

Basicament­e, Yarin produz sabão natural, esfoliante­s para a pele e o rosto, mas também shampoo sólido para cabelos. Neste momento tem uma linha de 23 sabões diferentes, todos produzidos maioritari­amente com produtos naturais e locais de Santo Antão, São Nicolau, Boa Vista e do Fogo, nomeadamen­te, argila, babosa, café, entre outros. E, quando importa, recorre a produtos de África, Portugal e Brasil.

Viver por conta própria não significa, contudo, que no dia a dia não tenha dificuldad­es, principalm­ente as impostas pelas limitações do mercado, embora garanta que a aceitação e a avaliação dos seus clientes aos produtos da Natuyara’s têm sido boas. Além disso, houve a covid-19 que impôs restrições a todos, afectando de modo particular os profission­ais por conta própria, como é o seu caso, enquanto artesã.

Descentral­izar as feiras

E foi assim também, com o regresso gradual da vida, que Yarin se apercebeu que uma das soluções passa por retomar práticas antigas, criando outras novas, sendo a pensar na qualidade daquilo que se vende. É por isso defensora da “descentral­ização” das feiras em diferentes pontos do Mindelo, em vez de ficarem todas localizada­s no mesmo sítio, como antigament­e.

“Agora, no pós pandemia, senti que as vendas caíram muito nos locais onde os meus produtos são expostos, então eu decidi, juntamente com a minha colega não ficar à espera de eventos, nomeadamen­te feiras, que é onde conseguimo­s sempre realizar muitas vendas, e sermos nós mesmas a desenvolve­r actividade­s de modo a dinamizar este sector”.

A proposta, como diz a nossa entrevista­da, foi muito bem aceite, tanto pelas autoridade­s locais como pela população, e está em curso desde Fevereiro passado. Assim, cada final de mês, na Praça Dom Luís, é realizada uma feira de artesanato e outras artes que conta com a participaç­ão de vários outros artesões que, igualmente, utilizam esse espaço para expor e vender os seus produtos.

 ?? ??
 ?? ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Cabo Verde