Trabalhar na Colmeia é desafiante
CelsaTavares e Joseane Almeida, fonoaudióloga e psicóloga respectivamente, fazem parte da equipa de sete profissionais que trabalham e colaboram com a Colmeia, no acompanhamento de crianças com necessidades especiais.
Celsa é a fonoaudióloga que ajuda as crianças e jovens com problemas de fala, cognição e socialização. Diz que se trata de um trabalho “muito desafiante”, mas também “motivador”, sobretudo “quando aparecem os primeiros resultados”.
Tendo em conta que cada criança tem a sua individualidade, Joseane diz que, primeiro, procura conhecer as características de cada uma, para de seguida trabalhar de forma a ver melhores resultados.
Uma das actividades, individuais e em conjunto, segundo essa psicóloga, é fazer com que as crianças ao seu cuidado desenvolvam habilidades nos domínios do contacto visual, interação social, quer com pessoas ditas normais, quer com crianças da mesma idade, isto dentro da especificidade de crianças autistas.
Tendo em conta que atende também os pais, ouvindo as suas inquietações, Joseane xxxx diz que as maiores preocupações que estes normalmente apresentam referem-se à forma como lidar com os filhos em casa, na rua, ou seja, longe dos especialistas.
“Outros desabafam que querem levar as crianças para jardins ou escolas públicas, mas que não há técnicos para lhes acompanhar e isso tem sido uma das queixas principais”, avançou a psicóloga que, nestes casos, aconselha a persistência destas para que as condições melhorem.
Enquanto técnica, diz que uma das suas maiores satisfações é ver as evoluções nas crianças, adolescentes e jovens, no dia-a-dia. No entanto, diz ter também uma certa tristeza ao lembrar que outras crianças estão em casa sem acompanhamento porque os pais não têm condições para tal. Por isso, um dos seus desejos é que as escolas e o próprio Ministério da Educação passem a ter mais orientação e mais recursos nas instituições públicas para que ninguém fique de fora. RM