Satisfeito, Benvindo Neves promete continuar a contar histórias com rosto humano
Benvindo Neves, jornalista da RCV, diz que o prémio que acaba de obter é um estímulo à sua missão, enquanto jornalista, que deve “continuar a contar histórias com rosto humano e dar voz a quem, normalmente, raras vezes, tem holofotes para si apontados”.
Independentemente da distinção, para ele, a reportagem “Castigados Por Fora de Jogo” é “especial”.
“Foi uma reportagem que me tocou muito enquanto a produzia. Nessa altura sim, tive um sentimento estranho, de ver por dentro o quanto a pandemia afectou as pessoas, neste caso concreto... jovens (e não só) que viviam do desporto, do futebol”, lembra.
Considerando a avaliação do Júri, destacando a necessidade de haver mais reportagens radiofónicas no país, Benvindo Neves reconheceu que de facto este género está um pouco esquecido e subvalorizado em Cabo Verde.
“Talvez pela ditadura da imagem, pela presença cada vez mais ‘agressiva’ do vídeo no nosso quotidiano”, justificou, observando, por outro lado, que “tendencialmente, as pessoas estão cada vez com menos paciência para ouvir, e para ‘verem através do ouvido’, o que é uma pena”.
No entanto, este homem da rádio acredita que este meio mantém o seu espaço, continua a ser a fiel companheira de muita gente e que por isso há que apostar naquilo que chama “jornalismo de rosto humano”.
Há mais de 10 anos na RCV, Benvindo Neves que, além deste primeiro PNJ, conta com várias outras distinções no jornalismo radiofónico e desportivo, considera que a comunicação social, no seu todo, precisa estar mais perto das pessoas.
“Precisamos chegar mais às pessoas, estar com elas, ouvir mais o cidadão comum, compreender melhor o seu dia-a-dia. Há milhares de histórias inspiradoras por contar e creio que a reportagem radiofónica é uma via privilegiada para isso”, terminou.