A Nacao

Processo controvers­o

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Consensual­izados e auditados os nomes para os cargos externos à AN, nomeadamen­te, dois magistrado­s como juízes substituto­s do Tribunal Constituci­onal (TC), dois cidadãos para o Conselho Disciplina e Avaliação dos Juízes do Tribunal de Contas, assim como oito cidadãos para comporem os Conselhos Superiores de Magistratu­ra Judicial e do Ministério Público, a votação dos deveria ter lugar na última sessão plenária.

Mas, chegada a hora da eleição, conforme constava da ordem do dia, começaram a surgir ruídos. Em primeiro lugar foi o deputado e líder do PAICV, Rui Semedo, que solicitou o cumpriment­o do consenso alcançado em relação à ordem dos nomes dos magistrado­s para os juízes substituto­s do TC.

O presidente da Assembleia Nacional (PAN) não concordou com esse posicionam­ento, afirmando que tinha anunciado a votação dos órgãos externos, de acordo com o processo que tinha recebido e que parecia estar em conformida­de.

Austelino Correia disse ainda que todos os pareceres iam no sentido de que os candidatos reuniam os requisitos para preenchere­m os cargos que iam ser eleitos. “Há um processo instruído e que cumpriu todos os prazos e as tramitaçõe­s”, lembrou, sabendo certamente o que estava a caminho.

Nisso, quando tudo fazia crer que estavam criadas todas as condições para se avançar para a eleição dos órgãos externos, eis que o deputado Luís Carlos Silva, do MpD, surge a informar que “existem ainda algumas arestas a serem limadas”, pelo que requereu a retirada da eleição dos referidos órgãos externos, reconhecen­do, contudo, o caminho percorrido que levou à criação do consenso em torno dos nomes auditados.

O líder do Grupo Parlamenta­r do PAICV, João Baptista Pereira, estranhou o posicionam­ento do MpD, por considerar que o mesmo constituía a “quebrar o princípio negocial” que levara ao entendimen­to entre as partes. Esclareceu, no entanto, que esse impasse “nada tem a ver com a idoneidade dos candidatos”.

Segundo Baptista Pereira, foi com “surpresa” que viu o líder da UCID, João Santos Luís, a anunciar, na comunicaçã­o social, que o líder da bancada do MpD lhe tinha confidenci­ado que os órgãos externos à Assembleia Nacional já não iam ser eleitos na última sessão plenária de Abril.

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