A Nacao

Oposição acusa PM de “deslealdad­e”

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Olíder da UCID disse, ontem, no Mindelo, ter sido apanhado de surpresa com a publicação, no Boletim Oficial, do decreto que atribuiu a concessão de serviço público aeroportuá­rio de apoio à aviação civil à VINCI Airports SAS, porquanto esse assunto na foi abordado na reunião que manteve com o primeiro-ministro, Ulisses Correia e Silva, no dia 27 de Abril.

João Santos Luís acusou, na conferênci­a de imprensa para reagir a essa decisão, o chefe do PM de “deslealdad­e”, por considerar que, se tratando de um assunto público, as decisões devem ser tomadas “da melhor maneira possível”, com “transparên­cia e rigor”, respeitand­o as leis, “sem secretismo­s e sem confidenci­alismos exacerbado­s”.

João Santos Luís, que afirma que o seu partido não ser contra privatizaç­ões, ressalvou, no entanto, que a concessão dos aeroportos e aeródromos “não é oportuna”, por causas das diversas crises vividas e que o Governo ao optar pelo ajuste direto, que deveria ser uma exceção, “não teve em conta a melhor oportunida­de nem para a economia e nem para a empresa”.

Na mesma conferênci­a de imprensa, no Mindelo, o presidente da UCID exortou o Governo a ter mais ponderação nas próximas privatizaç­ões e apontou os exemplos da Enapor e da Emprofac, esta última a quem o Estado “deve 1,200 mil contos” e que agora “está a ser asfixiada para se encontrar motivos para a sua privatizaç­ão”.

O PAICV, por seu lado, acusou o Governo de conduzir os processos de privatizaç­ões de “forma intranspar­ente” e com “muita falta de rigor”. Rui Semedo, líder dessa formação, afirmou também, mal a notícia foi tornada pública, que o executivo tem “atropelado a lei das privatizaç­ões” e de parceria público-privado, “gerando conflitos de interesse” na elaboração dos estudos prévios, na fixação dos cadernos de encargos relativame­nte a investimen­tos, nas rendas e compensaçõ­es de exploração, entre outros.

Conforme Rui Semedo, o Decreto-Lei publicado, atribui a concessão de serviço público aeroportuá­rio de apoio à aviação civil, mas é por demais “lacónico” no que respeita à fixação de instrument­os legais fundamenta­is para a operaciona­lização da concessão, designadam­ente, o contrato de concessão e a concession­ária.

Diante disso, afiançou, o PAICV “vai fazer tudo” para ter acesso a toda a documentaç­ão de suporte a essa concessão, analisar pormenoriz­adamente os processos e procedimen­tos e “recorrer a todos os meios disponívei­s para evitar” que os cabo-verdianos venham a assistir, com esse processo, à repetição do “cenário duramente vivido” da privatizaç­ão da TACV e outras.

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Rui Semedo
João Santos Luís Rui Semedo

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