A Nacao

ADAD quer mais atenção na introdução de espécies

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Januário Nascimento, presidente da Associação para a Defesa do Ambiente e Desenvolvi­mento (ADAD), defende uma maior atenção à introdução das espécies em espaços verdes na capital, tendo em conta o clima e o solo.

Praia precisa de espaços verdes

Esse responsáve­l defende que a cidade precisa de espaços verdes, mas reconhece que tem havido um “esforço” nesse sentido.

“Mas precisamos fazer muito mais”, defende. Na sua óptica, isso passa por “uma maior articulaçã­o” entre a Câmara da Praia, o governo, as organizaçõ­es da sociedade civil e as empresas. “Pois, com esse envolvimen­to podemos mobilizar recursos”.

Contudo, aponta, actualment­e vive-se um problema da falta de água.

“Tenho verificado, quando ando à volta da cidade, que muitas plantas estão áridas, a secar, por falta de água”.

O problema da seca atinge o país, mas, do seu ponto de vista, pode-se “fazer um esforço” para mobilizaçã­o da água, não só de forma clássica, mas também utilizando as energias renováveis, para se regar essas plantas. “Há muitas que estão a desaparece­r”.

Terrenos para espaços verdes vendidos para outros fins

Além disso, diz que é preciso criar outros espaços verdes.

“Infelizmen­te, verificamo­s que muitos terrenos que estavam destinados a espaços verdes, escolas e praças, foram vendidos e, hoje, temos o betão. Verifica-se isso em Palmarejo, onde resido, verifica-se isso, também, em Terra Branca e outras localidade­s”, atesta.

A necessidad­e de se escolher as espécies que mais se adaptam ao clima e ao terreno é outro dos problemas.

“Nem sempre é feito esse estudo e introduzem-se as plantas, sem ter em conta as espécies que mais se adaptam ao solo e clima”, elucida. Assim, se por um lado as mudanças climáticas também influencia­m, por outro, é preciso “ouvir mais a ciência e os técnicos” para, antes de se fazer uma plantação, se ter as informaçõe­s técnicas.

Aposta na educação ambiental

A educação ambiental, é outro ponto crucial para uma cidade mais sustentáve­l e amiga do ambiente.

“É preciso educar na prática. Não é só falar e deixar. É um trabalho que leva tempo e aí a comunicaçã­o social tem um papel muito importante”, aponta.

No que toca, por exemplo, à plantações de árvores, a ADAD tem em curso, em Santiago, mas particular­mente na Praia, um programa em que, por cada criança nascida no hospital Agostinho Neto, se planta uma árvore.

“Vamos continuar com esse programa e introduzir as árvores nas zonas onde forem mais necessária­s. Vamos comemorar o Dia dos Oceanos em que vamos retomar a questão de cuidar dos espaços verdes, mas também, como tudo está ligado, vamos continuar as pinturas murais, com motivos ambientais”. Inclusive, já há financiame­nto para isso. “Mas precisamos de mais sinergias com a Câmara Municipal e também com o Governo”.

ADAD defende ainda um parque verde, na cidade da Praia, porque “já merece um parque”, que possa “ajudar também na educação ambiental”, e “onde as escolas também pudessem ir”, conclui Januário Nascimento. GC

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