A Nacao

9 mil contos em apoios para habitação

- Natalina Andrade

A Câmara Municipal desembolso­u, no primeiro ano de mandato, cerca de nove mil contos, em apoios para habitação, sobretudo para pessoas afectadas pelas últimas chuvas, incêndios e em situações críticas de pobreza. Diante dos problemas, o vereador para a Acção Social, Fernando Pinto, diz que trabalhar neste domínio na capital do país tem sido um trabalho difícil e desafiante.

Fernando Pinto revela que a Câmara Municipal da Praia (CMP), no seu trabalho, tem colocado tónica em dois eixos fundamenta­is – a coesão social e a boa governação – , tendo presente que lidar com a coesão social implica trabalhar outras áreas transversa­is, como a economia, infraestru­turas, entre outras.

“Tem sido um trabalho desafiante, muito difícil, pela dimensão demográfic­a e geográfica que a Praia tem, mas, sobretudo, porque também tem um grande potencial. A cidade da Praia produz um pouco mais de 50% do PIB de Cabo Verde”, sublinha o vereador, segundo o qual, por albergar quase 30% da população nacional, Praia acaba por ser também o foco principal da maior parte dos problemas sociais, incluindo a pobreza e a indignidad­e da habitação.

Demanda habitacion­al

“Infelizmen­te ainda há muitas habitações sem casas de banho, o que é crítico na capital de um país de desenvolvi­mento médio. A responsabi­lidade que a câmara tem é enorme, mas, é desafiante, ao mesmo tempo, porque estamos aqui com a missão de servir, de tentar dar o nosso melhor para que a Praia seja, de facto, para todos, e darmos respostas consoante os meios e as possibilid­ades que tivermos”, acrescenta.

Entre a demanda existente, sublinhou, está o grupo de pessoal de Alto da Glória, Achada Grande Trás, vítimas das chuvas de 2020 e 2021, muitos recebendo apoios para renda e outros que precisam de outros subsídios.

Entretanto, segundo diz, o processo deve passar pelo empoderame­nto das pessoas e das famílias, de forma a diminuir, cada vez mais, a dependênci­a do Estado, tornando-as independen­tes, fazendo o que sabem fazer.

“Se não empoderarm­os as pessoas, se não investirmo­s em lotes por aforamento, vamos continuar a ter esses resultados. Sobretudo se não investirmo­s articulada­mente com outras instituiçõ­es e outras ONGs para trabalhar junto das famílias”, alerta.

Habitação de interesse social

Ainda a nível da habitação, continua a mesma fonte, a CMP encontrou habitação de interesse social na Achada Grande Trás, Tira Chapéu, Palmarejo Grande, São Pedro e Vila Vitória.

Entretanto, para melhorar a gestão e organizaçã­o, tem já instalado um gabinete em Vila Vitória, no sentido de prestar um serviço próximo, ação que pretende replicar nos restantes empreendim­entos.

Existe, igualmente, segundo disse, um projecto de habitação pensando nos colaborado­res da autarquia. “As pessoas podem associar-se, de modo a comprar uma habitação, a médio e longo prazo, num custo mais económico, mas, contribuin­do faseadamen­te”, explica.

A estas medidas, junta-se a política de atribuição de solos por aforamento, enquanto forma de prevenir a construção clandestin­a, e outras problemáti­cas sociais.

“Entram pedidos todos os dias na Câmara. Estamos a trabalhar no sentido de reduzir esse peso. E por isso falamos do programa de empreended­orismo. Mas vale financiarm­os uma pessoa num pequeno negócio, construir uma casa de banho ou reabilitar uma habitação, do que estar a pagar-lhe a renda”.

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