A Nacao

Cabo Verde está em vigilância

Casos de varíola dos macacos estão a aumentar

- Ricénio Lima

As autoridade­s cabo-verdianos de saúde garantem que estão vigilantes para identifica­r e combater eventuais casos de varíola dos macacos que se está a propagar pelo mundo, com foco na Europa. Até ao momento os casos conhecidos, nesse continente, já ultrapassa­m os cem. Mais de 16 países já relataram casos, sendo Portugal um deles, estando a OMS em alerta.

Acomunidad­e científica está em alerta e a acompanhar o aumento de casos de varíola dos macacos reportados em vários países europeus. Mais de 16 países já reportaram a doença, como Portugal, Espanha, Itália, Reino Unido, Austrália, Bélgica, etc. A confirmaçã­o do primeiro paciente com a doença deu-se no Reino Unido, a 7 de maio.

Desde então, a Organizaçã­o Mundial da Saúde (OMS) está a trabalhar com os países afetados para aumentar o monitorame­nto da doença, apoiar as pessoas infectadas e fornecer informaçõe­s sobre como gerir a doença.

Contudo, a preocupaçã­o maior da OMS prende-se pelo facto da maioria dos casos serem detectados em pessoas que não viajaram para regiões endémicas da África, como a Nigéria, Camarões, República Centro Africana e República Democrátic­a do Congo, onde já se viveu surto da doença.

Vírus não é novo

O vírus foi descoberto pela primeira vez em 1958 quando dois surtos de uma doença semelhante à varíola ocorreram em colônias de macacos mantidos para investigaç­ão.

O primeiro caso humano identifica­do com a doença foi registado em 1970 na República Democrátic­a do Congo, durante um período de esforços redobrados para erradicar a varíola. Desde então, vários países da África central e ocidental reportaram casos.

A varíola dos macacos pode transmitir-se dos animais para os humanos através de mordidas, arranhões ou contacto com fluidos. A transmissã­o entre humanos ocorre através de gotículas respiratór­ias, contacto com fluídos corporais ou feridas, roupas e lençóis contaminad­os.

Sem casos graves

Os contaminad­os podem manifestar sintomas como febre, dor de cabeça, dores musculares e erupções na pele que começam no rosto e se espalham pelo corpo. Até agora, os casos identifica­dos não desenvolve­ram nenhuma forma grave da doença.

Para a OMS, a doença ainda pode ser contida nos países não endémicos.

“Queremos conter a transmissã­o pessoa a pessoa nos países não endémicos. É uma situação que pode ser controlada. Temos menos de 200 casos confirmado­s e estamos em uma situação em que podemos recorrer a ferramenta­s de saúde pública de detecção precoce e isolamento supervisio­nado de casos“, declarou Maria Van Kerkhove, diretora da luta contra as doenças emergentes e zoonoses.

Até agora a Bélgica é o único país a introduzir quarentena obrigatóri­a de 21 dias aos doentes infectados com o vírus, apesar da OMS ainda não ter recomendad­o a prática de quarentena para conter o aumento de casos de varíola dos macacos.

 ?? ??
 ?? ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Cabo Verde