A Nacao

Cabo Verde vive o Dia de África

- Romice Monteiro

Conferênci­as, desfiles de moda, gastronomi­a africana, música, dança e poesia foram algumas actividade­s realizadas em Cabo Verde para comemorar o Dia da África, 25 de Maio, que ontem se assinalou um pouco pelo arquipélag­o. Também não faltaram proclamaçõ­es políticas alusivas ao continente.

No Parlamento, o dia de África, 25 de Maio, foi ontem assinalado pelos diversos deputados que foram intervindo ao longo dia, lembrando e saudando a data. Esta marca o nascimento, em 1963, em Adis Abeba, da criação da Organizaçã­o de Unidade Africana (OUA), com o objectivo de defender e emancipar o continente do colonialis­mo e outras formas de dominação.

Mas foi em 1972, a Organizaçã­o das Nações Unidas (ONU) estabelece­u o dia 25 de Maio como o Dia da África ou o Dia da Libertação da África.

Como é por todos sabido, os países que integram o continente padecem, neste momento, de importante­s e graves problemas de desenvolvi­mento, ao que se soma o problema sempre perene da afirmação da democracia e respeito dos direitos humanos. Este ano a efeméride ocorre num momento difícil, tendo em conta os impactos que a guerra entre a Rússia e a Ucrânia está a causar no continente africano (ver xxx).

Na cidade da Praia, para assinalar o 25 de Maio, a Câmara Municipal agendou uma cerimónia sob o lema “Praia uma das capitais de África”. O evento, presidido pelo edil Francisco Carvalho, contou com momentos de declamação de poesia do grupo “Fidjus da Diáspora”. O mesmo teve como convidados o presidente da Plataforma das Comunidade­s Africanos em Cabo Verde, José Viana Ramos, e a deputada nacional do Círculo da África, Gisele Lopes de Almeida.

Ainda na Praia, a Universida­de de Cabo Verde acolheu na manhã de ontem um debate sobre “O Papel da Mulher no Desenvolvi­mento da Sociedade Africana” e à noite, por volta das 17h30, a companhia de teatro “Fladu Fla” apresentou o espectácul­o “Contos d África”, uma peça de teatro cuja dramaturgi­a resulta de uma coletânea de Contos Tradiciona­is da CPLP, numa perspetiva de resgate do património imaterial.

Em Santa Catarina as comemoraçõ­es do Dia de África começaram na segunda-feira, 23, com uma Feira de Artesanato e Gastronomi­a Africana. Além desta houve a demonstraç­ão de Música Tradiciona­l, Dança e Poesia Africana e um desfile de moda.

Também a assinalar a efeméride, mais ao norte da ilha de Santiago, o município do Tarrafal acolheu, a partir desta quarta-feira, 25, um conjunto de actividade­s culturais, nalguns casos, em parceria com as embaixadas de países africanos acreditado­s em Cabo Verde, com realce para o Senegal e Guiné-Bissau.

Noutras ilhas

Fora da ilha de Santiago, a Câmara Municipal da Boa Vista promoveu, desde o passado dia 22, uma feira de artesanato das diversas associaçõe­s e comunidade­s africanas residentes na ilha para comemorar o dia de África. A ideia é, segundo a organizaçã­o, “fazer com que a comunidade africana na ilha da Boa Vista se sinta integrada e parte da sociedade”.

Por sua vez, a Associação de Educação e Cultura “Bonbarderu”, da ilha do Maio, realizou, ontem, a primeira edição de comemoraçã­o do Dia de África, também com diversas actividade­s culturais, nomeadamen­te, música, dança, roda de conversas, gastronomi­a africana, entre outras, na praça do Porto Inglês.

Efeméride

O 25 de Maio, como atrás foi referido, recorda a luta pela independên­cia do continente africano, contra a colonizaçã­o europeia e contra o regime do apartheid, assim como simboliza o desejo de um continente mais unido, organizado, desenvolvi­do e livre.

A data é celebrada em vários países de África e pelos africanos ao redor do mundo, com diversas actividade­s culturais em que Cabo Verde não foge à regra sendo “um pedacinho” deste continente.

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