Governo é que vai construir aeroporto não VINCI
A construção do aeroporto de Santo Antão não está incluída no pacote de 600 milhões de euros contratualizados com a VINCI, para investimentos nos aeroportos e aeródromos do país. A garantia foi dada pelo Primeiro-ministro na entrevista de domingo passado, 29.
Quando confrontado pelo A NAÇÃO como ficaria a situação do prometido aeroporto de Santo Antão, depois da concessão da gestão aeroportuária à Vinci, UCS foi claro: “A concessionária vai ter responsabilidade sobre os aeroportos operacionais que existem”.
O governante elucidou ainda que, no que toca a Santo Antão “a opção vai ser o Governo avançar com a construção”. “Já há o estudo técnico, estamos a desenhar um mecanismo de financiamento, para podermos dotar Santo Antão de um aeroporto”.
Relativamente aos outros aeroportos, garantiu que “há necessidades evidentes de investimentos”, que constam no pacote de 600 milhões de euros (que VINCI vai investir) e que serão realizados durante o período da concessão.
“Os investimentos não vão ser só em São Vicente ou no Fogo (onde os investimentos já estão em curso). O próprio aeroporto internacional do Sal vai ter necessidade de fazer adaptações”, esclareceu.
“Se nós quisermos desenvolver o Hub, trazer mais mercado, trazer mais rendimento para os aeroportos, incluindo para a ASA e mais turismo, Sal tem de fazer uma adaptação”, reforçou.
Dimensão e rendimento
O aeroporto Amílcar Cabral, explicou, vai ter necessidade de investimentos, “até para ganhar mais dimensão e trazer mais rendimento para o país”, assim como será necessário em São Vicente.
“Relativamente a penalizações que existem hoje (em São Vicente), as operações por causa da pista e dos obstáculos que existem, também estará a ser equacionado”, garantiu.
O Chefe do Executivo elucidou ainda que além dos 600 milhões de euros que serão contratualizados para os investimentos, durante o período da concessão, o Estado vai receber 80 milhões de euros, que são o “fee” que se paga pelo processo de concessão, que é dado ao Governo.
“Depois, temos uma percentagem na receita facturada ao longo do período, que também é definida para ser uma contribuição para o Estado”, acrescentou. O objectivo da privatização, disse, “não é o encaixe do Estado”, mas sim o de criar “valor”.
“É trazer mercado, criar condições de promoção externa do país é posicionar Cabo Verde, em África, e Vinci em África, está em Cabo Verde, para criarmos condições de mercado e desenvolvimento de investimento com retorno. Por fim, UCS tranquilizou os cabo-verdianos quanto à transparência do contrato com a VINCI e disse que “vai ser celebrado e publicado no Boletim Oficial”.