As petrolíferas e a transparência
Para efeitos deste artigo, as duas petrolíferas que operam no país não se disponibilizaram em facultar-nos os seus relatórios e contas referentes a 2021. Mesmo assim, tratando-se de um assunto de interesse público, A NAÇÃO foi obrigada a recorrer a outras vias para obter as informações de que precisava, colocando-as agora à disposição dos seus leitores e da opinião pública.
A Enacol respondeu-nos, através de um e-mail, que o seu relatório e contas ainda não tinha sido publicado e que, por isso, esse instrumento não nos poderia ser facultado. Note o leitor que estamos na segunda quinzena de Junho, quando, por norma, os documentos do tipo devem ser publicados, no máximo, até Abril de cada novo ano fiscal.
A Vivo Energy, que não publica contas desde 2007 (portanto, ainda do tempo da Shell), informou-nos, também via e-mail, que não nos facultava os documentos solicitados, com o seguinte argumento: “A Vivo Energy é uma multinacional e como tal a nossa política não permite a partilha da informação solicitada”.
Uma argumentação que “não se justifica”, na óptica de um especialista contactado por este semanário, a propósito, que considera que, por se tratar de uma empresa que presta um serviço público, deveria “em nome da transparência” publicitar os seus instrumentos de gestão. Além disso, por ser Cabo Verde uma economia aberta é de se esperar que todas as empresas publicitem o seu estado financeiro e económico.
Portanto, quem de direito, a começar pelo Ministério das Finanças e a ARME, que fale com a Vivo Energy e a Enacol sobre as suas obrigações perante o Estado e os cabo-verdianos.