Produção mundial de alimentos com altos e baixos
A FAO antevê uma diminuição da produção mundial dos principais cereais em 2022, pela primeira vez em quatro anos, enquanto a utilização global também diminui, pela primeira vez em 20 anos. Não se prevê, no entanto, que o uso de cereais para o consumo humano seja impactado, uma vez que se espera que o declínio no uso total resulte do menor uso de trigo, grãos grossos e arroz na alimentação.
Consoante a referida publicação, os stocks mundiais de trigo devem aumentar marginalmente no ano, principalmente devido ao acúmulo stock antecipado na China, Federação Russa e Ucrânia. Prevê-se ainda que a produção e utilização do milho a nível mundial atinjam novos recordes, associados à maior produção de etanol no Brasil e nos Estados Unidos da América, bem como à produção industrial de amido na China.
A FAO também prevê que o consumo global de óleos vegetais ultrapasse a produção, apesar do racionamento de demanda esperado.
Enquanto a produção de carne deve diminuir na Argentina, União Europeia e Estados Unidos da América, a produção global deve crescer 1,4%, liderada por um aumento previsto de 8% na produção de carne suína na China, atingindo e até superando a nível antes da dramática disseminação do vírus da peste suína africana em 2018.
A produção mundial de leite deverá expandir mais lentamente do que nos anos anteriores, limitada pela queda no número de rebanhos leiteiros e margens de lucro mais baixas em várias regiões produtoras importantes, enquanto o comércio pode se contrair do nível elevado de 2021.
A produção mundial de açúcar deverá aumentar após três anos de queda, liderada por ganhos na Índia, Tailândia e União Europeia.
Prevê-se que a produção global de aquicultura aumente 2,9%, enquanto a da pesca de captura provavelmente aumentará 0,2%. Refletindo o aumento dos preços do pescado, as receitas totais de exportação de produtos da pesca e da aquicultura devem subir 2,8%, enquanto os volumes devem cair 1,9%.