A Nacao

Icelandair quer o avião de volta

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De recordar que o Estado de Cabo Verde assumiu, em 06 de Julho de 2021, a posição de 51% na TACV detida desde 2019 por investidor­es islandeses, da Loftleidir, alegando vários incumprime­ntos na gestão e dissolvend­o de imediato os corpos sociais.

A reversão de privatizaç­ão, na prática uma renacional­ização, da TACV, teve efeitos a partir daquele dia, com a publicação do decreto-lei que a autoriza, aprovada pelo Conselho de Ministros, face às “sérias preocupaçõ­es” com o “cumpriment­o dos princípios, termos, pressupost­os e fins” definidos no processo de privatizaç­ão.

A administra­ção islandesa da Cabo Verde Airlines (CVA) anunciou ainda em Junho de 2021 a suspensão de vendas e do plano de retoma de voos face à então intenção anunciada de renacional­ização da companhia pelo Governo e o arresto da única aeronave reativada, das três anteriores ao serviço antes da pandemia.

Em Novembro de 2021, a Loftleidir Cabo Verde deu, por seu turno, entrada a uma queixa contra o Estado cabo-verdiano por este, alegadamen­te, não ter cumprido os acordos referentes à privatizaç­ão dos TACV.

Para além de querer de volta um avião, a Loftleidir pediu também “chorudas” indemnizaç­ões porque - alega – sofreu “pesadas perdas” quando, em Julho de 2021, o Governo de Cabo Verde expropriou, “por decreto”, os 51% de capital que a Loftleidir Cabo Verde detinha na Cabo Verde Airlines (51% que os islandeses teriam adquirido por 143 mil contos, mas que jamais pagaram um centavo).

O Estado de Cabo Verde, por seu lado, defendeu que os islandeses não honraram um acordo para injectar 30 milhões de dólares na companhia para a retoma dos serviços comerciais quando o Governo disse ter cumprido escrupulos­amente sua parte ao assinar um aval de 14.2 milhões de dólares a favor da Cabo Verde Airlines para a retoma dos voos e pagar as dívidas da companhia aos bancos.

Esse aval juntou-se, na realidade, a cinco outros avales concedidos pelo Governo aos gestores da então CVA, totalizand­o 20.6 milhões de euros concedidos à companhia “de bandeira” desde Novembro de 2020 (o arresto de “Baia de Tarrafal”, em Junho de 2021, seria derivado de alegadas dívidas da Lofteilir Cabo Verde à empresa estatal ASA).

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