Santa Maria e Gamboa em risco
Diante das dificuldades por que passa neste momento, a Macau Legend revelou que está a considerar algumas operações de desinvestimento e até de cancelamento de alguns dos seus negócios para o controlo de custos. Cabo Verde, mais concretamente, o mega-empreendimento do ilhéu de Santa Maria e Gamboa, na Praia, está por isso na corda-bamba.
De acordo com os dados, o grupo admite a redução de investimento para o projecto do ‘resort’ integrado em Cabo Verde, dado o registo de perdas por imparidades no valor de 241 milhões de dólares de Hong Kong.
De recordar, entretanto, que na sequência do artigo “Investimento de David Chow no Ilhéu de Santa Maria – Obra de Santa Engrácia ou elefante branco”, publicado na edição 758 do A NAÇÃO, em 2016 deste ano, o presidente da Cabo Verde TradeInvest, José Almada Dias, cuidou de desmentir a nossa notícia, afirmando que as obras desse complexo turístico “não estão totalmente paradas”, contrapondo que “brevemente” seriam retomadas.
A par de outros problemas que se prendem com a situação da covid-19, Almada Dias disse pensar que as obras se deparavam ainda com resoluções de questões técnicas e financeiras, que não especificou, mas que a retoma das mesmas estava “para breve”.
Na verdade, já lá vão seis anos do arranque das obras, que deveriam ficar concluídas num prazo de três anos, e, desse megaprojecto, só foi edificado um enorme prédio, que não constava do projecto inicial, e a ponte que liga Gamboa ao ilhéu da Santa Maria.
O empreendimento, que na altura da sua apresentação estava orçado em mais de 250 milhões de dólares, pode transformar-se num elefante branco com apenas a ponte e o “mamarracho” implantado no areal da Gamboa.
Mesmo diante das evidências, nenhuma autoridade competente parece estar em condições de se pronunciar sobre os motivos da paralisação dos trabalhos desse projecto do investidor David Chow, que, na altura do lançamento da primeira pedra, em 2016, tinha afirmado que em três anos (2019) “os cabo-verdianos verão os resultados”.
Aliás, neste momento desconhece-se também o papel que ainda resta a David Chow nesta história, tendo em conta a venda entrada em cena, entretanto, de Levo Chan, o novo “big boss” da Macau Legend. Isto é, de accionista maioritário com 29,9% das acções, Chow vendeu 20,1% a Chan, passando este a deter a maioria do grupo.