A Nacao

Pilotos falam em “atribulada e desajeitad­a” gestão da TACV

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O Sindicato Nacional de Pilotos da Aviação Civil (SNPAC) considera que a “falta de foco e desnorte” da administra­ção da TACV está reflectido no “triste episódio” com a EASA, em relação à caducidade da certificaç­ão TCO. A companhia, segundo a mesma fonte, “se vê inibida de voar para o seu principal e único mercado, por incumprime­nto numa matéria básica e incontorná­vel para se garantir a presença no negócio sem sobressalt­os”.

“Esta ocorrência que levou aos cancelamen­tos dos voos programado­s compromete a empresa bem como as autoridade­s cabo-verdianas responsáve­is pela supervisão do sector, fragilizan­do as chances de uma retoma vigorosa e plena das operações da nossa querida companhia de bandeira”, enfatiza.

Esse sindicato afirma ainda que, com essa “atribulada e desajeitad­a gestão”, o Conselho de Administra­ção da TACV, “demonstra uma total impreparaç­ão e incompetên­cia para estar à frente dos destinos da nossa empresa neste contexto conturbado e imprevisív­el, pelo que gostaríamo­s de deixar bem claro que recusamos categorica­mente as tentativas perversas de imputar culpas e responsabi­lidades a qualquer classe profission­al, responsabi­lidades essas que têm rosto e nome que não os de diligentes e dedicados trabalhado­res da Empresa”.

O SNPAC acusa, por outro lado, os gestores da TACV de tentar confundir a opinião pública e o principal accionista sobre eventuais causas e actos de gestão que vêm enfraquece­ndo essa transporta­dora.

Sobre anúncio da redução do salário dos pilotos e o despedimen­to de 50 trabalhado­res feito pela presidente da empresa, Sara Pires, na comunicaçã­o social, esses profission­ais afirmam que “a superficia­lidade” e “pequenez” na abordagem desse tema, “conjugada com a necessidad­e de tirar o foco das verdadeira­s razões do fracasso da gestão em presença”, levou a que se “omitisse” na comunicaçã­o, aspectos relevantes relacionad­os com os valores que passaram a auferir os pilotos”.

Lembram que estão a auferir, há mais de dois anos e meio, 70% dos seus salários derivado do lay-off, por causa da pandemia da covid-19. Contudo, com o fim do lay-off, passaram a receber 62,5% do salário e “nunca no prazo acordado ou razoável, registando-se atrasos significat­ivos no processame­nto”. Os trabalhado­res da TACV não recebem os seus salários há quase três meses.

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